doctoralThesis
Os saques em Abreu e Lima na greve da Polícia Militar de Pernambuco em 2014
Registro en:
BENZAQUEN, Guilherme Figueredo. Os saques em Abreu e Lima na greve da Polícia Militar de Pernambuco em 2014. 2020. Tese (Doutorado em Sociologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2020.
Autor
BENZAQUEN, Guilherme Figueredo
Institución
Resumen
Entre os dias 13 e 15 de maio de 2014, aconteceu uma greve da Polícia Militar pernambucana, na qual ocorreram muitos saques em Abreu e Lima. A terceira greve da história dos policiais militares estaduais durou 50 horas e impactou profundamente o cotidiano local. A cidade nunca tinha vivido algo similar e seus moradores se impressionaram com a abrangência e a forma como os saques foram realizados. Propõe-se uma análise crítica desse acontecimento por meio de uma descrição densa e de interpretações contextualizadas que priorizam a maneira como os eventos se desenvolveram. Ademais, entendendo os saques no contexto de lutas hegemônicas, é objetivo central da tese explorar seu caráter político através de articulações com os diversos processos que o sobredeterminam. A pesquisa foi realizada com uma ampla variedade de dados, porém os principais foram: a análise de jornais e vídeos, assim como um trabalho de campo com entrevistas semiestruturadas. Esse corpus heterogêneo foi analisado através de triangulações que permitiram a construção da narrativa do evento. Percebeu-se que essas ações coletivas violentas apontam para continuidades e rupturas com o cotidiano abreu-limense. Por um lado, há uma miríade de processos que influenciaram a forma como se deram os saques e, por outro lado, esse acontecimento reverberou fortemente na vivência da cidade. O construído a partir dos dados e das teorias mobilizadas apontou para a rejeição das recorrentes perspectivas demofóbicas acerca dos saques. CNPq Between May 13 and 15, 2014, the Military Police of the state of Pernambuco went on Strike. During such period a series of lootings took place in the town of Abreu e Lima. The strike, the third in the history of the state military police, lasted 50 hours and profoundly impacted local daily life. The town had never experienced anything similar and its residents were impressed by the scope and the way the lootings were carried out. We here propose a critical analysis of this event through dense descriptions and contextualized interpretations that prioritize the way the events developed. Furthermore, understanding looting in the context of hegemonic struggles, the main objective of this dissertation is to explore its political character through articulations with the various processes that overdetermine it. The research was carried out with a variety of data centered mainly on the analysis of newspapers and videos, as well as on fieldwork with semi-structured interviews. This heterogeneous corpus was analyzed through triangulations which possibilitated the construction of the event's narrative. It was noticed that these violent collective actions point to continuities and ruptures with the town’s daily life. There are a myriad of processes that influenced the way the lootings took place and this event reverberated strongly in the town's experience. The resulting work – comprised of both data and mobilization of theoretical efforts – pointed to the rejection of the recurring demophobic perspectives on the lootings.