A pesquisa investigou a relação juventude e amizade em um território de crescimento econômico a partir das narrativas de jovens mulheres. O trabalho teve como campo de pesquisa a sub-região de SUAPE, na Região Metropolitana do Recife, que desde 2008, vem recebendo grandes investimentos e obras estruturantes que modificaram as dinâmicas de vida dos/as moradores/as do lugar. Considerando as tensões que comumente figuram entre os termos do crescimento econômico e desenvolvimento social, a pesquisa abordou, particularmente, as repercussões dessa tensão para as jovens desse território e o campo das relações de amizade. A noção de juventude foi tratada como uma categoria composta por “sujeitos historicamente invisibilizados” ou “subalternos”, vivendo em contextos regidos por ordem social, política, econômica e cultural hegemônica. Para compreender a noção de amizade tomamos a perspectiva de filósofos/as como Michel Foucault e Francisco Ortega em articulação com autores/as de outras áreas de conhecimento. Daí nosso interesse em entender as dimensões ética, política e estética da amizade. O trabalho teve como objetivo, portanto, investigar as experiências de amizade de jovens mulheres pertencentes às camadas populares de um território de crescimento econômico, “Suape”, buscando analisar as fronteiras do campo amizade x juventude com outros tipos de relação, particularmente as relações familiares e afetivo-sexuais; caracterizar o território no que informa sobre os contextos sociais em que jovens mulheres vivem suas vidas, com ênfase nas experiências de amizade; compreender como jovens mulheres pobres da região narram suas relações de amizade, com que imagens, sentidos e códigos de gênero. Partindo das perspectivas epistemológicas dos estudos feministas e decoloniais, recorremos a uma metodologia de Pesquisa Narrativa, através de Entrevistas e Produções Narrativas escritas e/ou audiovisuais criadas pelas jovens participantes, além dos registros em diário de campo e diário íntimo. Os resultados apontam para a amizade entre jovens como “entre-lugar”: entre o espaço público e o âmbito privado. As narrativas (co)construídas ora se aproximam de imagens “familialistas” de amizade, ora se distanciam, produzindo outras experiências na diferença. Assim a amizade é uma noção em movimento, onde são possíveis experimentações, risco e criação/invenção.FACEPEThis study investigated the relation between youth and friendship in a territory of economic growth from the narrative of young women. This paper had as its research field the sub-region SUAPE, in Recife’s Metropolitan Region, which since 2008, has been receiving large investments and structuring works which modificated the life dynamics of the local residents. Whereas, the tensions commonly appear in economic and social development growth terms, the research addressed, particularly, the repercussions of this stress among the young people of this territory and the friendship’s relations field. The notion of youth was treated as a category composed for “individuals historically invisibilized” or “subordinate”, living in environments compiled by social, political, economic and cultural hegemony order. To understand the notion of friendship, we took the perspective of philosophers as Michel Foucault and Francisco Ortega in articulation with others authors from differents areas of knowledge. Therefore, our interest in understanding the ethics, political and aesthetics dimensions in friendship. This research had as its purpose, thus, investigate the friendship experiences of young women, who belong to the working classes in a territory of economic growth, ”Suape”, searching to analyze the borders in friendship x youth field with others kinds of relation, particularly the family and affective-sexual relations; characterize the territory in which it informs on the social contexts which young women live their lives, with emphasis on the experiences of friendship; to understand how young poor women in the region narrate their relations of friendship, with which images, senses and gender codes. Starting from epistemological perspectives from the feminists and decolonial studies, we turned to a research methodology, through Interviews and written and/or audiovisual Narrative Productions created by the youngs who participated, furthermore the records in field diary and personal diary. The findings from this study point to a friendship among young people as “between place”: between public space and private scope. The narratives built in partnership either move towards to “familialism” images of friendship or away producing others experiences in the difference. Thus friendship is a moving notion, where experimentation, risk, and creation / invention are possible.