masterThesis
Por uma ética do cuidado : relações entre gênero, Direitos Humanos e Licença-paternidade
Registro en:
OLIVEIRA, Priscilla Viégas Barreto de. Por uma ética do cuidado: relações entre gênero, Direitos Humanos e Licença-paternidade. 2020. Dissertação (Mestrado em Direitos Humanos) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2020.
Autor
OLIVEIRA, Priscilla Viégas Barreto de
Institución
Resumen
Partindo do pressuposto de que as discussões sobre a promoção da equidade de gênero devem vir relacionadas à desconstrução do patriarcado, no qual as relações entre gênero, raça e classe social são interdependentes, e que o exercício do cuidado ainda se coloca de forma extremamente desigual na sociedade brasileira, recaindo para as mulheres; esse trabalho tem como objetivo geral analisar se a proposta de ampliação da licença-paternidade contida no Marco Legal da Primeira Infância promove equidade de gênero ou reproduz as relações sociais de sexo construídas hegemonicamente. A abordagem a ser utilizada se valerá de autoras do chamado feminismo materialista como Helena Hirata e Daniele Kergoat, aliado ao que Medrado e Lyra colocam como matriz feminista de gênero ao se abordar homens e masculinidades. Tendo em vista essas estruturas e relações de poder contidas na divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo, por meio do patriarcado, e os obstáculos ao exercício das liberdades democráticas pelas mulheres, em decorrência da divisão sexual do trabalho, tem-se a cotidiana violação dos direitos humanos das mulheres. Identifica-se um silenciamento problemático acerca das questões gênero em uma Política voltada à Primeira Infância, principalmente considerando que as crianças são sujeitos que necessitam de cuidados e as questões relacionadas à responsabilidade e responsabilização do cuidado serem direcionadas às mulheres na sociedade brasileira. Além disso, notase que os direitos assegurados constitucionalmente perpetuam a lógica da desigual divisão sexual do trabalho e refletem o contexto sócio-histórico-político vigente. Portanto, pensar o cuidado com filhas e filhos na ótica dos direitos humanos convida a seguir a trilha de como se estabeleceram/estabelecem as relações entre família, gênero, cuidado e desigualdades sociais com vias à discussão crítico-reflexiva de uma ética do cuidado. Ao se discutir possibilidades de superação das relações sociais de sexo, pode-se considerar o exercício da paternidade, interrelacionado à ética do cuidado como parte importante nessa luta. Based on the assumption that discussions about the promotion of gender equity must come related to the deconstruction of patriarchy, in which the relations between gender, race and social class are interdependent, and that the exercise of care is still extremely unequal in society. Brazilian society, falling to women; this work has the general objective of analyzing whether the proposal to expand the paternity leave contained in the Legal Framework for Early Childhood promotes gender equity or reproduces the social relations of sex constructed hegemonically. The approach to be used will draw on authors of the so-called materialist feminism such as Helena Hirata and Daniele Kergoat, allied to what Medrado and Lyra put as a feminist gender matrix when approaching men and masculinities. In view of these structures and power relations contained in the sexual division of labor and social relations of sex, through patriarchy, and the obstacles to the exercise of democratic freedoms by women, as a result of the sexual division of labor, there is daily life violation of women's human rights. A problematic silencing about gender issues is identified in a Policy aimed at Early Childhood, mainly considering that children are subjects in need of care and issues related to the responsibility and accountability of care are directed to women in Brazilian society. In addition, it is noted that the rights constitutionally guaranteed perpetuate the logic of the unequal sexual division of labor and reflect the current socio-historical-political context. Therefore, thinking about caring for daughters and sons from the perspective of human rights invites us to follow the path of how the relationships between family, gender, care and social inequalities were established - established - with a path to critical-reflexive discussion of an ethics of care. When discussing possibilities to overcome social relations of sex, the exercise of parenthood, interrelated to the ethics of care, can be considered as an important part of this struggle.