doctoralThesis
Espaço relacional: lugar de reciprocidade: uma compreensão do espaço da arquitetura enquanto lugar de reciprocidade
Autor
SOUZA, Vera Chamie Alves de
Institución
Resumen
LEITE, Maria de Jesus de Britto, também é conhecido em citações bibliográficas por:
BRITTO LEITE, Maria de Jesus de Esta investigação teórica exploratória visou identificar o espaço da Arquitetura enquanto facilitador do engajamento de seus usuários em relações interpessoais de reciprocidade positiva (RIRs) em espaços públicos urbanos. Com isto, propõe identificar parâmetros que possam ser incorporados ao conjunto de princípios norteadores de decisão na concepção, análise e intervenção em espaços da Arquitetura na escala urbana. O estudo foi motivado pela leitura de relatórios da ONU e OCDE e da literatura recente sobre o decrescente índice de bem-estar, de felicidade e de desenvolvimento nos centros urbanos, que se reportam à influência exercida por tendências contemporâneas de desenvolvimento inibidoras de práticas de sociabilidade
positiva, necessárias ao desenvolvimento do capital social. Adotou-se como pressuposto e referencial investigativo da dinâmica social em foco, as conclusões de estudos teóricos e empíricos dos economistas Luigino Bruni, Luca Stanca e Vittorio Peligra. Estes identificaram variáveis da experiência relacional interpessoal, focalizando as relações interpessoais de reciprocidade positiva - aqui denominadas RIRs. Pressupõe-se que a ocorrência das RIRs em espaços públicos seja fundamental para construção do índice de felicidade, desenvolvimento e bem-estar nas cidades contemporâneas. Tendo as relações do tipo RIRs em mente, procurou-se identificar correlações entre dois fenômenos relacionais que ocorrem no espaço da cidade, a saber: interação de pessoas com o espaço e interação entre pessoas no e mediadas pelo espaço,
no intento de identificar o fenômeno pessoa-espaço-pessoa à luz da experiência relacional em foco, caracterizando o que aqui se propõe denominar Espaço Relacional. Para tanto, a investigação teórica ateve-se a características possíveis de ocorrer em espaços abertos de uso coletivo e irrestrito inseridos na escala urbana. Como ponto de partida investigativo e de abordagem central adotou-se a "experiência existencial no espaço", uma das dimensões da experiência humana concretizadas no espaço da Arquitetura, segundo a compreensão do arquiteto norueguês Christian Norberg-Schulz (1926-2000). Também contribuíram ao
aprofundamento da presente investigação, autores de três áreas de compreensão da experiência humana, destacando-se James Gibson, Kurt Lewin e Wolfang Schmidbauer na Psicologia; Edward Hall, Sarah Pink, e Tim Ingold na Antropologia; e Georg Simmel e Richard Sennett na Sociologia. Destas abordagens destacou-se a compreensão das necessidades e tendências perceptivas e comportamentais humanas favoráveis às RIRs. Iniciou-se assim um caminho dialógico com o qual se construiu o corpo conceitual que expressa o espaço relacional como lugar de reciprocidade. O fenômeno potencialmente comunicativo e sensorial de espaço da
Arquitetura, que pode ocorrer em espaços públicos, foi caracterizado por três experiências sócio espaciais qualitativas - comunicação, conforto e territorialidade - vivenciadas por usuários ao se engajarem em relações interpessoais de reciprocidade positiva. As conclusões apontam para a possibilidade de estas correlações serem instrumentais para a análise e estudos de intervenção e concepção de espaços públicos. CAPES CNPq This exploratory and theoretical research aimed to identify the architectural space as a facilitator of its users’ engagement in Interpersonal Relations of positive Reciprocity (IRR) in urban public spaces. Its goal is to identify a few referential criteria which may be of aid to architects for open space site analysis and projects. This research was motivated by the UN and OECD recent reports and literature on the well-being and development index. These documents report to the inhibiting influence exerted by contemporary trends of development on practices of positive sociality necessary for the construction of social capital in urban centers. This paper adopted the findings of theoretical and empirical studies of economists Luigino Bruni, Luca Stanca and Vittorio Pelligra, as the theoretical referential for interpersonal relations of positive reciprocity, which are referred in this thesis as RIRs. Thus, under the premise that the practice of RIRs in urban public spaces among users of contemporary cities is of fundamental importance for the Well-Being and Happiness index, the paper tried to identify correlations between two relational phenomena which occur in the city: interactions of people with space and interaction among people in and through space, with the goal of identifying the phenomenon person-space-person from the perspective of relational experience of positive reciprocity, and with such, to characterize what is here denominated Relational Space. The research focused on spatial characteristics which may occur in urban open spaces of collective and unrestricted use by the public in general. As starting point, this study adopted the understanding of architectural space as a concretization form of “human existential space” through the phenomenological approach of Norwegian architect Christian Norberg-Schulz (1926-2000). Contributing to the understanding of the relational space, were authors from three areas of understanding of the human experience, among which are James Gibson, Kurt Lewin and Wolfang Schmidbauer in Psychology; Edward Hall, Sarah Pink, and Tim Ingold in Anthropology; and Georg Simmel and Richard Sennett in Sociology. These approaches emphasized the understanding of human perceptual and behavioral needs and tendencies, which allowed the research to identify those favorable to RIRs and correlated to architectural space. The dialogical theoretical construction of this understanding revealed relational space to be place of reciprocity; a potentially communicative and sensorial phenomenon of architectural space. The object of this research was then characterized by three qualitative experiences of users who engage in interpersonal relations of positive reciprocity, which may occur in urban public spaces. The results suggest that these correlations between space and experience may be instrumental for urban public space analysis, conception and intervention studies.
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