doctoralThesis
Ácidos anacárdicos e efeitos neuroprotetores na doença de Parkinson experimental : análises de aspectos antioxidantes e anti-inflamatórios
Registro en:
AUGUSTO, Ricielle Lopes. Ácidos anacárdicos e efeitos neuroprotetores na doença de Parkinson experimental: análises de aspectos antioxidantes e anti-inflamatórios. 2019. Tese (Doutorado em Bioquímica e Fisiologia) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.
Autor
AUGUSTO, Ricielle Lopes
Institución
Resumen
COSTA, Belmira Lara da Silveira Andrade da, também é conhecida em citações bibliográficas por:
ANDRADE DA COSTA, Belmira Lara da Silveira O aumento da população idosa leva a uma crescente incidência de doenças relativas à fase senil, como as degenerativas. A doença de Parkinson (DP) se destaca por ser a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente no mundo. É um distúrbio do movimento de caráter progressivo que ainda não tem cura. Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da DP estão as neurotoxinas ambientais, como por exemplo os pesticidas. Muitos estudos que utilizam pesticidas para indução da DP experimental, mostram que sua patogênese é multifatorial e envolve o aumento de substancias oxidantes e inflamatórias. Neste sentido, cresce a busca por agentes terapêuticos que possam atuar no maior número de alvos moleculares possíveis e desta maneira sejam mais eficazes em retardar ou inibir a neurodegeneração. Os ácidos anacárdicos (AAs) compostos fenólicos obtidos principalmente do Anacardium occidentale, possuem propriedades benéficas tais como: antimicrobiana, gastroprotetora, anticarcinogênica e anti-inflamatória. Evidências in vitro e in vivo mostraram que os AAs possuem baixa toxicidade e efeitos antioxidantes, sugerindo seu potencial uso como agente nutraceutico. Neste estudo hipotetizamos que AAs podem exercer neuroproteção no sistema nigroestriatal contra o estresse oxidativo e inflamação induzidos pela rotenona. Camundongos Swiss adultos foram divididos em 4 grupos e tratados por via oral com AAs 50 mg/kg ou veículo, com rotenona apenas (2,5 mg/kg) por via subcutânea, ou com AAs 50mg/kg 1 hora antes da administração de rotenona durante 7 dias. Os sinais de neurodegeneração na substância negra e estriado foram verificados através das análises de neurônios dopaminérgicos e astrócitos por quantificação dos níveis proteicos de tirosina hidroxilase (TH) e proteína ácida fibrilar glial (GFAP). O status oxidante foi verificado pela lipoperoxidação, óxido nítrico e níveis de glutationa reduzida (GSH) e oxidada (GSSG). Também foram avaliados marcadores que traçam um perfil inflamatório como factor nuclear kappa beta ativado (NF-kβ-p65), metaloproteinase 9 (MMP-9), seu inibidor TIMP-1, além de pró-interleucina 1 beta (IL-1β), sua forma ativa de 17 KDa. A administração de rotenona aumentou significativamente os níveis de lipoperoxidação e óxido nítrico e reduziu a relação GSH/GSSG na substância negra e estriado. Também aumentou significativamente os níveis de pró e ativa IL-1b, MMP-9, GFAP, NF-kβ -p65, e reduziu a expressão da proteína TH e TIMP-1 em comparação aos grupos controle e AAs. Os AAs, por si só, foram capazes de reduzir os níveis de pró-IL-1b no estriado e de MMP-9 tanto na substância negra quanto no estriado. O tratamento concomitante de AAs com rotenona reverteu os níveis aumentados de lipoperoxidação e NO e restaurou o balanço redox dado pela razão GSH/GSSG em ambos os núcleos. Também aumentou os níveis de TH e TIMP-1, e reduziu pró-IL-1b e MMP-9 em ambas as regiões, NF-kB p65 na substância negra e GFAP no estriado. Em conjunto, os dados mostraram que a ação protetora de AAs em modelo experimental de DP induzido por rotenona envolve múltiplos alvos que podem ser atribuídos a propriedades antioxidantes e antiinflamatórias potentes. CAPES Parkinson´s Disease (PD) induced by environmental toxins begins to be clarified as due to a multifactorial cascade of harmful factors, which has motivated the search for therapeutic neuroprotector agents able to act on the greatest number of molecular targets. The present study evaluated the efficacy of 50mg/Kg anacardic acids (AAs) isolated from cashew nut (Anacardium occidentale L.) shell liquid on multiple steps of oxidative stress and inflammation induced by 2.5 mg/Kg/day rotenone for 7 days in the substantia nigra and striatum . Adult Swiss mice were divided in 4 groups: Control (C), rotenone-treated, AAs +rotenone treated and AAs-treated. Biochemical levels of lipoperoxidation, GSH/ GSSG ratio, nitric oxide were evaluated as oxidative markers in pooled tissue of substantia nigra and striatum. Western blot or ELISA was adopted for quantifying NFkB-p65, pro-IL-1b, cleaved IL-1b, Metalloproteinase 9 (MMP-9), Tyrosine hydroxilase and Glial fibrilary acidic protein (GFAP) levels. All the experiments were carried out in triplicates in at least three independent moments. Rotenone administration significantly increased lipoperoxidation and nitric oxide levels and reduced GSH/GSSG ratio in both substantia nigra and striatum. It also significantly enhanced the levels of NFkB-p65, pro and cleaved IL-1b, MMP-9, and GFAP and reduced TH and TIMP-1 protein expression compared to control and AAs-treated groups. AAs per se were able to reduce pro-IL-1b in the striatum and MMP-9 levels in both substantia nigra and striatum. The concomitant treatment of AAs with rotenone reversed the increased lipoperoxidation and NO levels and restored the redox balance given by GSH/GSSG ratio in both nuclei. It also increased TH and TIMP-1 and reduced pro-IL-1b and MMP-9 levels in both regions, NF-kB p65 in the substantia nigra and GFAP protein expression in the striatum. Taken together, the data showed that protective action of AAs in a rotenone-induced-PD involve multiple targets which can be attributed to its potent antioxidative and antiinflammatory properties.