masterThesis
Eficácia do puxo espontâneo com o freno labial comparado ao puxo direcionado nos desfechos maternos e neonatais : um ensaio clínico randomizado
Registro en:
SILVA, Ana Eulina de Araújo e. Eficácia do puxo espontâneo com o freno labial comparado ao puxo direcionado nos desfechos maternos e neonatais: um ensaio clínico randomizado. 2019. Dissertação (Mestrado em Fisioterapia) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.
Autor
SILVA, Ana Eulina de Araújo e
Institución
Resumen
SILVA, Ana Eulina de Araújo e, também é conhecida em citações bibliográficas por: ARAÚJO, Ana Eulina de. OLIVEIRA, Andrea Lemos Bezerra de, também é conhecida em citações bibliográficas por: LEMOS, Andrea. FERREIRA, Caroline Wanderley Souto, também é conhecida em citações bibliográficas por: ANSELMO,
Caroline Wanderley Souto Ferreira. O puxo materno em associação com padrões respiratórios durante o segundo período do Trabalho de Parto (TP) vem sendo considerado um desafio quanto aos reais efeitos materno-fetal. O estudo objetivou avaliar a eficácia do puxo espontâneo em associação com o freno labial comparado ao puxo direcionado durante o segundo período do TP, na ocorrência da episiotomia. Trata-se de um ensaio clínico randomizado, envolvendo 62 parturientes de baixo risco, no segundo período do TP, com idade gestacional entre 37 a 42 semanas e faixa etária entre 19 a 42 anos. Foram alocadas no Grupo Intervenção (GI) 31 gestantes, o qual realizaram incursões respiratórias livres entre os puxos, com incentivo ao uso de vocalizações e retardos expiratórios, associados aos esforços expulsivos de acordo com as demandas espontâneas, feedbacks positivos e explicações sobre as sensações corporais durante a parturição. O Grupo Controle (GC), foi composto por 31 gestantes que realizaram Manobra de Valsava (MV) com o puxo direcionado, prolongado por 10 segundos ou mais em apneia respiratória associada ao esforço expulsivo, independente do desejo materno, conforme rotina do serviço. Os desfechos maternos foram: episiotomia, duração do segundo período do TP e do puxo materno, laceração perineal, via de parto vaginal e Cesária, hemorragia pós-parto, pressão arterial materna e os níveis da dor, ansiedade, fadiga e satisfação materna. Os desfechos neonatais foram: admissão aos cuidados intensivos, encefalopatia hipóxico-isquêmica, Apgar do 5° minuto e ocorrência de reanimação. As mensurações foram feitas a partir do acompanhamento da segunda fase do TP o qual foram aplicados os instrumentos: Escala Analógica Visual (EVA), Questionário de Percepção Materna de Fadiga no Trabalho de Parto (QFM-TP) e Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE). Foi utilizado o teste Kolmogorov-Smirnov, para comparação das variáveis categóricas utilizou-se os testes qui-quadrado de ou exato de Fisher, para as variáveis contínuas o test “t” de Student independente ou Mann-Whitney. Para a magnitude do efeito, as variáveis contínuas foram expressas em média e desvio padrão, diferença de média (DM) e intervalo de confiança (IC) de 95%. Foi utilizada também mediana (Md) e intervalo interquartil (IQ) (25% - 75%). As variáveis categóricas foram expressas em frequência absoluta e relativa e risco relativo (RR). Não houve diferença entre os grupos quanto à: ocorrência de episiotomia (RR 1,1; IC95% 1,0 a 1,2), laceração perineal (RR 1,1; IC95% 0,9 a 1,2), duração do segundo período do TP (DM 12,8; IC95% -1,3 a 26,9), via de parto vaginal (RR 1,0; IC95% 1,0 a 1,1), ou Cesária (RR 1,0; IC95% 1,0 a 1,2), parto instrumental (RR 1,1; IC95%1,0 a 1,2), assim como na dor (Md (IQ) GI: 10(9-10); GC: 10(8-10 p:0,404)), fadiga (Md (IQ) GI: 35(25-39); GC: 38(29-51) p:0,145) e satisfação materna (Md (IQ) GI: 10(6-10); GC: 10(10-10) p:0,262). Não houve alterações na pressão arterial materna (RR 1,033; IC95% 0,969 a 1,102), bem como nos casos de hemorragia pós-parto e desfechos neonatais: admissão do neonato aos cuidados intensivos, encefalopatia hipóxico-isquêmica, baixo Apgar do 5° minuto e reanimação do neonato. Porém, o GI apresentou uma diminuição na duração do puxo materno em 3,2 minutos (DM 3,2; IC95% 1,4 a 5,1) e diferença na ansiedade materna (Md (IQ) GI 46 (35-52) GC 51 (44-56) p:0,049). Concluímos que o puxo espontâneo com o freno labial não se mostrou eficaz na diminuição da episiotomia nem nos demais desfechos maternos e neonatais. Porém, mostrou-se eficaz na redução da duração do puxo e na ansiedade materna. CAPES Maternal push in association with breathing patterns during the second stage of labor has been considered a challenge as to the actual maternal-fetal effects. The objective of this study was to evaluate the efficacy of spontaneous pushing in association with the lip brake compared to directed pushing during the second stage of the PT, in the occurrence of episiotomy. This is a randomized clinical trial involving 62 low-risk parturients in the second period of labor, with gestational age between 37 and 42 weeks and age between 19 and 42 years. Thirty-one pregnant women were allocated to the Intervention Group (IG), who performed free breathing incursions between the pulls, encouraging the use of vocalizations and expiratory delays, associated with expulsive efforts according to spontaneous demands, positive feedbacks and explanations about body sensations. during parturition. The Control Group (CG) was composed of 31 pregnant women who performed Valsava Maneuver (MV) with directed push, prolonged for 10 seconds or more in respiratory apnea associated with expulsive effort, regardless of maternal desire, according to the service routine. Maternal outcomes were episiotomy, duration of the second stage of labor and maternal push, perineal laceration, vaginal delivery and cesarean section, postpartum hemorrhage, maternal blood pressure and levels of pain, anxiety, fatigue and maternal satisfaction. Neonatal outcomes were: admission to intensive care, hypoxic-ischemic encephalopathy, 5-minute Apgar score, and resuscitation. Measurements were made from the follow-up of the second stage of labor, with application of the instruments: Visual Analog Scale (VAS), Maternal Fatigue Perception Questionnaire (LMFQ) and Inventory of State-Trait Anxiety (IDATE). The Kolmogorov-Smirnov test was used to compare categorical variables. Fisher's chi-square or exact tests were used for continuous variables, the independent Student's t-test or Mann-Whitney test. For the magnitude of the effect, continuous variables were expressed as mean and standard deviation, mean difference (DM) and 95% confidence interval (CI). Median (Md) and interquartile range (IQ) (25% - 75%) were also used. Categorical variables were expressed as absolute and relative frequency and relative risk (RR). There was no difference between the groups regarding the occurrence of episiotomy (RR 1.1; 95% CI 1.0 to 1.2), perineal laceration (RR 1.1; 95% CI 0.9 to 1.2), duration of second stage of labor (DM 12.8; 95% CI -1.3 to 26.9), vaginal delivery (RR 1.0; 95% CI 1.0 to 1.1), or Cesarean (RR 1.0 ; 95% CI 1.0 to 1.2), instrumental delivery (RR 1.1; 95% CI 1.0 to 1.2), as well as pain (Md (IQ) GI: 10 (9-10); GC : 10 (8-10 p: 0.404)), fatigue (Md (IQ) IG: 35 (25-39); CG: 38 (29-51) p: 0.145) and maternal satisfaction (Md (IQ) IG: 10 (6-10); CG: 10 (10-10) p: 0.262). There were no changes in maternal blood pressure (RR 1.033; 95% CI 0.969 to 1.102), as well as in cases of postpartum hemorrhage and neonatal outcomes: admission of the neonate to intensive care, hypoxic-ischemic encephalopathy, low 5-minute Apgar score and resuscitation of the newborn. However, GI showed a decrease in maternal push duration by 3.2 minutes (MD 3.2; 95% CI 1.4 to 5.1) and difference in maternal anxiety (Md (IQ) IG 46 (35-52) CG 51 (44-56) p: 0.049). We concluded that spontaneous pushing with the lip brake was not effective in reducing episiotomy or in other maternal and neonatal outcomes. However, it was effective in reducing push duration and maternal anxiety.