Transtorno de estresse pós-traumático relacionado a doenças graves em estudantes universitários
Fecha
2015Registro en:
RIBEIRO, Patrícia Cavalcanti. Transtorno de estresse pós-traumático relacionado a doenças graves em estudantes universitários. 2015. 89 f. Dissertação (Mestrado em Medicina e Saúde) - Faculdade de Medicina da Bahia, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.
Autor
Ribeiro, Patrícia Cavalcanti
Resumen
Doenças potencialmente fatais (DPF) podem ser consideradas eventos traumáticos, causando o desenvolvimento do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) em cerca de um terço dos casos. A identificação de possíveis fatores de risco que tornam algumas pessoas mais vulneráveis que outras para o desenvolvimento do transtorno após uma doença grave é de extrema relevância. Desta forma, o objetivo principal desta dissertação é analisar características sociodemográficas e clínicas relacionadas ao TEPT em estudantes universitários que vivenciaram um DPF como evento traumático. Nossa casuística foi constituída de 2.213 estudantes de sete universidades do nordeste brasileiro. Destes estudantes, 228 relataram ter sofrido DPF ao longo da vida, e 59 deles desenvolveram TEPT (25,9%). A partir destes dados, conduzimos um estudo de caso-controle aninhado. Neste estudo, 58 estudantes com diagnóstico de TEPT foram pareados individualmente com outros 58 estudantes sem TEPT, para outros tipos de eventos traumáticos. A análise dos dados foi conduzida por meio do método de regressão logística condicional com análise bivariada e multivariada. Gênero feminino e um passado de baixo desempenho acadêmico foram associados ao TEPT, mesmo após análise multivariada. A associação entre TEPT e tentativa de suicídio foi estatisticamente significante na análise bivariada e na análise multivariada quando ajustada para gênero. Nossa pesquisa mostra a importância do treinamento de profissionais de saúde que acompanham pacientes com doenças graves para identificação de fatores associados ao TEPT, possibilitando uma abordagem precoce destes pacientes e possível prevenção do transtorno. Por fim, integrando-se aos interesses da prevenção secundária, realizamos também uma revisão sistemática com meta-análise sobre a eficácia do uso do beta bloqueador Propranolol para evitar o desenvolvimento do TEPT após experiências traumáticas. Porém, nossos resultados evidenciaram que o uso de Propranolol provavelmente não altera a incidência deste transtorno, embora as respostas fisiológicas sejam geralmente atenuadas.