masterThesis
Estrutura produtiva e desigualdade intermunicipal de renda no Brasil: uma abordagem regional
Fecha
2020-03-02Registro en:
ALVES, Denis Fernandes. Estrutura produtiva e desigualdade intermunicipal de renda no Brasil: uma abordagem regional. 2020. 204f. Dissertação (Mestrado em Economia) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.
Autor
Alves, Denis Fernandes
Resumen
Pensar na questão regional é compreender que há a necessidade de superar certas disparidades reproduzidas no território, sob diferentes perspectivas, sejam elas intra ou
inter-regionais. A presente dissertação teve como objetivo geral analisar a estrutura
produtiva das regiões brasileiras e os determinantes das desigualdades intermunicipais
de renda no Brasil. Ambos os temas foram estudados sob à luz das teorias da economia
regional. O estudo parte de duas hipóteses que o orientam: primeiro, que os setores mais
produtivos e que necessitam de menos qualificação crescem dinamicamente em períodos de
crise; e, segundo, que o fator espacial ajuda a explicar os diferenciais de renda per capita
no Brasil, com base em indicadores socioeconômicos como distribuição de renda, saúde,
educação, infraestrutura e outros. Como procedimento metodológico, foram utilizados o
método shift-share, para análise da estrutura produtiva regional, e técnicas de abordagem
exploratória de dados espaciais e de econometria espacial para análise das desigualdades
intermunicipais de renda no Brasil. Os dados utilizados pelo estudo são de natureza
secundária provenientes de órgãos oficiais e o recorte temporal adotado equivale a períodos
distintos dos anos pós-2000, compreendendo múltiplas características e momentos da
economia brasileira, sejam eles períodos de crescimento econômico e/ou crise na economia.
Os resultados mostram que setores como comércio e serviços geraram mais empregos
no período de crise em detrimento dos setores da indústria e da construção civil, com
impactos negativos no mercado de trabalho. O setor agrícola, por outro lado, mostrou
forte sazonalidade em todos os períodos de análise. No que diz respeito à desigualdade
de renda intermunicipal, houve uma grande diferença regional, uma vez que os clusters
Baixo-Baixo prevalecem nas regiões Norte e Nordeste, enquanto os clusters Alto-Alto
estão localizados em grande parte no Centro-Sul do país. Pelo exercício econométrico,
foi diagnosticado pelos testes de I de Moran da regressão, Hausman e de Multiplicador
de Lagrange que o modelo mais adequado para o banco de dados utilizado é o Spatial
Panel Fixed Effects Lag Model. Os resultados mostraram que os indicadores de Gini, taxa
mortalidade infantil, infraestrutura (domicílios com abastecimento de água e esgotamento
sanitário inadequados), densidade populacional e do PIB per capita de um município
impactam positivamente e diretamente no aumento da desigualdade intermunicipal de
renda. Variáveis como educação e infraestrutura (domicílios com instalações elétricas)
apresentaram-se como fortes instrumentos no combate à desigualdade de renda intermunicipal, tanto no município em questão quanto em seus vizinhos, causando uma redução nos
diferenciais de renda. De maneira geral, observou-se que as características da estrutura
produtiva regional acabam concentrando um maior dinamismo econômico no Centro-Sul,
em comparação às regiões mais atrasadas, como Norte e Nordeste. Além disso, conclui-se
que essa desigualdade também é vista no indicador de diferenciais de renda per capita e
seus determinantes.