Este Trabalho de Conclusão de Curso aborda aspectos das minhas vivências como aluna de Licenciatura em Teatro pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Ao longo deste trabalho, irei relatar as minhas vivências pessoais, escolares e acadêmicas (formação profissional), destacando meu processo de ensino- aprendizagem como discente com deficiência intelectual, cursando sua primeira graduação e, mais precisamente, as atividades realizadas em estágio. No primeiro capítulo intitulado Vivências na vida escolar, relato quem eu sou, trago fatos da minha vida pessoal e do meu desenvolvimento até o Ensino Médio. Em meio a isso, destaco como foi a descoberta da minha deficiência intelectual e os desafios que enfrento até hoje. Para compreensão da minha deficiência, utilizo, como apoio, referências teóricas que trazem o conceito e possibilitam-me problematizar como uma pessoa diagnosticada com deficiência intelectual pode ter autonomia e capacidade. Para contrapor o modelo médico que tende a reduzir as incapacidades retratadas em diagnóstico, trago a visão de Lev Vigotski (2019) sobre a deficiência que reconhece o processo de desenvolvimento das pessoas com deficiência articulada com o contexto do qual faz parte, bem como uma das possibilidades de existir. O trajeto percorrido e descrito neste memorial evidencia o que o autor denomina de processos compensatórios, em que as dificuldades enfrentadas no desenvolvimento se tornaram estímulo para os princípios de compensação. No segundo capítulo, Vivências no Ensino Superior, ressalto como foi a minha entrada na graduação de Teatro. Menciono minhas motivações, algumas das disciplinas cursadas, as dificuldades enfrentadas e os aprendizados obtidos que serviram para minha vida profissional. Realizo um contraponto importante entre as estratégias pedagógicas definidas em Parecer pela equipe multiprofissional da Secretaria de Inclusão e Acessibilidade da UFRN e o que de fato é eficaz e foi recebido por mim durante o curso de Licenciatura em Teatro. Por fim, no capítulo 3, Vivências na prática dos Estágios Supervisionados em Teatro, apresento como foi o desenvolvimento das minhas práticas pedagógicas, onde foram realizadas, público alvo, planejamentos e execução. Entre os estágios houve a ocorrência da pandemia do Covid-19 que tornou as atividades em formato virtual, isso foi um desafio, tanto para realizar práticas de estágio quanto para o meu aprendizado como aluna. No decorrer deste memorial será percebido o quanto o apoio familiar, principalmente o da minha mãe, que fez junto comigo a graduação em Teatro, na condição também de aluna, foi peça chave para eu decidir fazer o curso e concluí-lo. Então, este memorial reúne as vivências de um caminho percorrido por uma aluna que, em um determinado momento da vida, recebe um diagnóstico de deficiência intelectual. No entanto, este fato não se tornou impeditivo para realizar a formação acadêmica-profissional. Ou seja, demonstro que a inclusão abre portas para que as pessoas com deficiência possam ingressar nas universidades e, consequentemente, no mercado de trabalho.