bachelorThesis
De memórias da infância à prática artística
Registro en:
2009012798
ARAÚJO, Maria Patrícia de. De memórias da infância à prática. 2012. 49f. Trabalho de Conclusão de Curso – (Licenciatura em Artes Visuais) – Departamento de Artes, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2012.
Autor
Araújo, Maria Patrícia de
Resumen
A questão inicial que norteou esse trabalho foi: é possível desenvolver trabalhos
artísticos a partir da articulação de memórias, experiências e vivências cotidianas da
infância? E, considerando que sim, é possível, adentrei em uma busca, uma tentativa de
relembrar, recuperar, reviver tais memórias. Mais que isso, precisei também selecionálas,
e a partir daí pensar como transformar tais experiências em práticas artísticas.
Visitando lugares, conversando com a minha família, minha mãe em particular,
revendo fotos e objetos que fizeram parte da minha infância, pude, assim, criar um
terreno fértil de ideias para a criação artística que desejava realizar.
Seguindo esta questão inicial e estes procedimentos, creio que pude, então,
alcançar o meu principal objetivo nessa pesquisa, que foi desenvolver uma série de
trabalhos artísticos – adotando como linguagens a fotografia e a assemblage –, tendo
como referência as memórias da minha infância vivida no Sítio Umari Preto (município
de Florânia, no sertão do Rio Grande do Norte). Foi nesse lugar que vivi até os meus
dez anos de idade; e foi nele que construí o meu imaginário infantil. Ao final desse
processo, realizei nove trabalhos artísticos, que serão expostos na Galeria do DEART,
entre os dias 18 e 20 de dezembro de 2012.
As anotações e reflexões apresentadas neste texto pretendem mostrar como foi o
meu processo criativo, as questões que surgiam – como vou fazer isso?, que material
vou usar? etc. –, bem como as relações que se foram apresentando, a ponto de eu me
aperceber olhando para um monte de tijolos e ver através deles as transformações
sociais que ocorrem ao longo das gerações. Foi como poder sentir o tempo se
materializando, ver suas formas, cores e texturas. Mais que um processo criativo, vivi
um tipo de experiência de percepção. Os objetos muitas vezes assumiram suas formas,
quase que à minha revelia. Foi como se algo se moldasse no meu inconsciente, e só
depois fosse projetado para mim mesma.