masterThesis
Uso da ventosaterapia nas disfunções musculoesqueléticas: pesquisa sobre perfil, formação, prática clínica e atualização científica de fisioterapeutas brasileiros e proposta de protocolo de intervenção para indivíduos com osteoartrite do joelho
Registro en:
PONTES, Nayara da Silva. Uso da ventosaterapia nas disfunções musculoesqueléticas: pesquisa sobre perfil, formação, prática clínica e atualização científica de fisioterapeutas brasileiros e proposta de protocolo de intervenção para indivíduos com osteoartrite do joelho. 2021. 121f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Reabilitação) - Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021.
Autor
Pontes, Nayara da Silva
Resumen
Suction cup therapy has been widely used by physical therapists in clinical practice for
the supposed control of symptoms in various musculoskeletal disorders. The mechanisms of
action and clinical effects of this resource are still not well known, and its effectiveness is
currently being questioned. Among several chronic-degenerative disorders, osteoarthritis is
highly prevalent throughout the world population, the knee is the most affected joint, and
there are no studies of high methodological quality about the treatment with cupping for this
disease. The general objective of the first study was to investigate the profile, training, clinical
practice and scientific updates of Brazilian physical therapists who use the suction cup as a
therapeutic resource in the treatment of musculoskeletal disorders. The aim of the second
study is to propose an intervention protocol to assess the effects of suction therapy on pain,
function and quality of life in individuals with knee osteoarthritis. For the first study, a cross-sectional study was carried out, with a quali-quantitative
approach, through an online questionnaire, in which 646 physical therapists participated, who
claimed to use the suction cup as a therapeutic resource in musculoskeletal disorders in their
clinical practice. In the results we observed that suction therapy has been used in clinical
practice by physical therapists, mostly newly graduated from a private institution, with little
professional experience. The high demand from patients, recommendations from
friends/professionals and the resource being popular among physical therapists were the main
reason for interest in the technique, which has been used more frequently after the positive
results reported by patients. As a therapeutic approach, it is often associated with other
manual therapeutic resources. Easy access, low cost and easy handling are the main
facilitators for using the suction cup. However, the scarcity of scientific evidence with good
methodological quality was listed as the main barrier to its use. Thus, physical therapists use the suction cup in clinical practice, supported by two pillars of evidence-based practice – the
therapist's experience and the patient's preferences, with less use of the third pillar, which
involves the use of the best available evidence. In the second study, to assess the effects of cupping therapy on individuals with KOA,
a protocol for a randomized controlled clinical trial was proposed. Sixty-two women
diagnosed with KOA will be recruited, based on the clinical criteria of the American College
of Rheumatology, randomly allocated into two groups (31 per group): cupping group and
cupping-sham group. The intervention will be carried out for 15 minutes, twice a week, over 6
consecutive weeks, totaling 12 sessions. Both groups will be evaluated at 4 moments: before
the intervention (T0), after 3 weeks of interventions (T3), at the end of the protocol (T6) and 4
weeks after the end of the intervention (follow-up - T10). The outcomes analyzed will be:
pain by the numerical pain scale; physical function by WOMAC; functionality by tests going
up/down stairs; brisk walking in 40 m and sitting/getting out of a chair in 30s; quality of life
by the SF-36; and assessment of the overall perception of recovery. A ventosaterapia tem sido amplamente utilizada pelos fisioterapeutas na prática clínica
para o suposto controle dos sintomas em várias disfunções musculoesqueléticas. Os
mecanismos de ação e os efeitos clínicos desse recurso ainda não são bem conhecidos, e
atualmente, questiona-se a sua eficácia. Dentre as várias desordens crônico-degenerativas, a
osteoartrite é muito prevalente em toda a população mundial, o joelho é a articulação mais
acometida, e não existem estudos de alta qualidade metodológica sobre o tratamento com
ventosa para essa doença. O objetivo geral do primeiro estudo é investigar o perfil, a formação, a prática clínica e as atualizações científicas de fisioterapeutas brasileiros que utilizam a ventosa como recurso
terapêutico no tratamento de disfunções musculoesqueléticas. Já o objetivo do segundo estudo
é propor um protocolo de intervenção para avaliar os efeitos da ventosaterapia na dor, função
e qualidade de vida de indivíduos com OAJ. O primeiro estudo é transversal, com abordagem quali-quantitativa, por meio de um
questionário online, do qual participaram 646 fisioterapeutas, que afirmaram utilizar a ventosa
como recurso terapêutico em disfunções musculoesqueléticas na sua prática clínica.
Observamos nos resultados que a ventosaterapia tem sido utilizada na prática clínica por
fisioterapeutas, em sua maioria recém-formados em instituição privada, com pouca
experiência profissional. A alta procura por parte dos pacientes, as recomendações de
amigos/profissionais e o recurso se popular entre os fisioterapeutas foram os principais
motivos do interesse na técnica, que vem sendo utilizada com maior frequência após os
resultados positivos relatados pelos pacientes. Como conduta terapêutica, ela é muitas vezes
associada a outros recursos terapêuticos manuais. O fácil acesso, o baixo custo e o fácil
manuseio são os principais facilitadores para o uso da ventosa. Entretanto, a escassez de
evidências científicas com boa qualidade metodológica foi elencada como a principal barreira
para o seu uso. Dessa forma, os fisioterapeutas utilizam a ventosa na prática clínica, sustentada por dois pilares da prática baseada em evidências – a experiência do terapeuta e as
preferências do paciente –, com menor uso do terceiro pilar, que envolve a utilização da
melhor evidência disponível. No segundo estudo, para avaliar os efeitos da ventosaterapia em indivíduos com OAJ,
foi proposto um protocolo para ensaio clínico controlado aleatorizado. Serão recrutadas 62
mulheres com diagnóstico de OAJ, com base nos critérios clínicos do American College of
Rheumatology, aleatoriamente alocadas em dois grupos (31 por grupo): grupo ventosa e grupo
ventosa-sham. A intervenção será realizada durante 15 minutos, 2 vezes por semana, ao longo
de 6 semanas consecutivas, totalizando 12 sessões. Ambos os grupos serão avaliados em 4
momentos: antes da intervenção (T0), após 3 semanas de intervenções (T3), ao final do
protocolo (T6) e 4 semanas após o fim da intervenção (follow-up – T10). Os desfechos
analisados serão: dor pela escala numérica de dor; função física pelo WOMAC;
funcionalidade pelos testes subir/descer escadas; caminhada rápida em 40 m e sentar/levantar
da cadeira em 30s; qualidade de vida pelo SF-36; e avaliação da percepção global de recuperação. 2025-04-07