masterThesis
Metodologia baby food no Brasil: uma avaliação do perfil do processamento de alimentos comerciais destinados crianças de 0 a 36 meses
Registro en:
ROCHA, Karini Freire da. Metodologia baby food no Brasil: uma avaliação do perfil do processamento de alimentos comerciais destinados crianças de 0 a 36 meses. 2020. 70f. Dissertação (Mestrado em Nutrição) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.
Autor
Rocha, Karini Freire da
Resumen
The World Health Assembly has developed strategies to combat the
inadequate promotion of commercial infant foods, due to the increased consumption
of processed foods and their negative repercussions on eating practices, warning of
the need to evaluate these foods. The aim of this study was to evaluate the
processing profile of commercial foods intended for children aged 0 to 36 months and
to compare the characteristics of the label and nutritional profile according to the type
of processing. This is a quantitative, cross-sectional and exploratory study
conducted from November / 2018 to April / 2019, with analysis of infant foods sold in
establishments of the highest and lowest per capita income in the city of Natal-RN,
Brazil, which had indication on the label for the age range 0 to 36 months. The
design, collection and part of the data analysis followed the methodology of the Baby
Food`s methodology developed by the World Health Organization. The label
information was entered into the Baby Food mobile app and analyzed the type of
food, age group, health claims, visual identity and nutrient claims. From the list of
ingredients the food was characterized by the NOVA classification as minimally
processed, processed or ultra-processed. Energy density (kcal), total fat (g),
saturated (g) and trans (g), carbohydrate (g), protein (g), fiber (g) and sodium (mg)
were also evaluated per 100g and portion and compared according to type of
processing. 100 different supermarkets, mini markets, pharmacies and bakeries were
consulted, and 1645 products with 95 different foods were inserted. The most foods
were breastmilk substitutes (31.6%, n = 30), followed by cereal foods (26.3%, n = 25)
and meat or chicken meals (15, 8%, n = 15). Regarding processing, 79% (n = 75)
were classified as ultra-processed foods and most of which were breast milk
substitutes and cereals, intended for children under 12 months, with visual
information on the label, fortified with vitamins and minerals and they had not claims
of health. Regarding the nutritional profile, the ultra-processed foods had 472.9 Kcal
/ 100 g, that them 8.8% from protein, 60.1% from carbohydrates and 31.1% from fat,
and presented higher energy content, fats, carbohydrates, protein and sodium than
other types of processing (p<0.05). There was a predominance of ultra-processed
baby foods in the market with a higher energy density, fat, carbohydrate and sodium
profile, which may affect the quality of the diet in childhood. These results serve as a
warning for the adoption of complementary strategies to the regulation of infant foods, as this availability of ultra-processed foods goes against the current strategies
to promotion healthy diets to children under 2 years in Brazil, and the FAO
recommendation that shows an association between the consumption of ultraprocessed foods and the appearance of chronic diseases and low quality of the diet,
advising that the consumption of ultra-processed foods be avoided in this phase. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES A Assembleia Mundial da Saúde definiu estratégias para o combate à
promoção inadequada de alimentos comerciais infantis, em virtude do aumento do
consumo de alimentos industrializados e de suas repercussões negativas nas
práticas alimentares, alertando para a necessidade de se avaliar esses alimentos.
Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de processamento de alimentos
comerciais destinados a crianças de 0 a 36 meses e comparar as características do
rótulo e do perfil nutricional segundo o tipo de processamento. Trata-se de estudo
quantitativo, transversal e exploratório realizado no período de novembro/2018 a
abril/2019, com análise de alimentos infantis comercializados em estabelecimentos
dos bairros de maior e menor renda per capita do município de Natal-RN, Brasil, que
tinham indicação no rótulo para a faixa etária de 0 a 36 meses. O desenho, a coleta
e parte da análise dos dados seguiram a metodologia do estudo Baby Food
desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde. As informações do rótulo foram
inseridas no questionário eletrônico Baby Food sendo analisados o tipo do alimento,
faixa etária, alegações de saúde, identidade visual e alegações de nutrientes. A
partir da lista de ingredientes o alimento foi caracterizado pela classificação NOVA
em minimamente processado, processado ou ultraprocessado. Também foi avaliada
a densidade energética (kcal), gordura total (g), saturada (g) e trans (g), carboidratos
(g), proteínas (g), fibra (g) e sódio (mg) nos alimentos por 100 g, sendo comparados
segundo tipo de processamento. Ao todo foram consultados 100 diferentes
estabelecimentos do tipo supermercados, mercadinhos, farmácias e padarias, sendo
inseridos 1645 produtos com 95 alimentos diferentes. A maioria dos alimentos era
do tipo substitutos do leite materno (31,6%, n=30), seguidos de alimentos à base de
cereais (26,3%, n=25) e refeições à base de carne ou frango (15,8%, n=15). Em
relação ao processamento, 79% (n=75) foram classificados como ultraprocessados,
independente da área de alta e baixa renda, sendo a maioria do tipo substituto do
leite materno e cereais, destinados a crianças menores de 12 meses, com
informação visual no rótulo, fortificados com vitaminas e minerais e não possuíam
alegações de saúde. Em relação ao perfil nutricional, os alimentos ultraprocessados
apresentaram mediana de 472,9 Kcal/100 g sendo 8,8% das calorias provenientes
de proteínas, 60,1% de carboidratos e 31,1% de gorduras. Esses alimentos também
apresentaram maior teor de energia, gorduras, carboidratos, proteínas e sódio do que os demais tipos de processamento (p<0,05). Assim, a predominância de
alimentos infantis do tipo ultraprocessados no mercado, independente do poder
aquisitivo da região, e com maior densidade energética, de macronutrientes e de
sódio servem de alerta para a adoção de estratégias complementares à
regulamentação dos alimentos infantis e sugestões à indústria de alimentos, pois
essa disponibilidade dos alimentos ultraprocessados vai de encontro às atuais
estratégias de promoção à alimentação adequada e saudável para menores de 2
anos no Brasil e à recomendação da Food and Agriculture Organization of the United
Nations, que demonstram associação entre o consumo de ultraprocessados e o
aparecimento de doenças crônicas e baixa qualidade da dieta, orientando que seja
evitado o consumo de alimentos ultraprocessados nessa fase. 2021-03-31