bachelorThesis
Maçonaria, comunismo e a biografia do padre João Maria no jornal a ordem
Autor
Melo Júnior, Antonio Ferreira de
Resumen
Em 1899, com a instauração do regime republicano no Brasil, a Igreja Católica sofre um
declínio institucional ao ser separada do Estado. Organizando-se internamente, ela funda
dioceses, forma quadros distintos de clérigos, controlou a religiosidade popular e formou
intelectuais leigos, dentro do modelo da neocristandade, garantindo assim o retorno da
influência do catolicismo sobre a política do País. Na década de 1930, no contexto da crise do
liberalismo e da sacralização da política, a Igreja já dispunha de uma imprensa militante que
veiculava um pensamento social, moral, político e religioso de envergadura, tendo como
inimigos o protestantismo , a Maçonaria, o comunismo e o liberalismo. O jornal norte-riograndense A Ordem, principal órgão católico do estado, foi fundado em 1935 expressa o
ideário da neocristandade, construindo identidades católicas ao relacionar as realidades
internacional, nac ional e local em sincronia, e não em submissão de umas às outras, em
oposição à Maçonaria e ao comunismo. Este trabalho discute a forma como Maçonaria e
Comunismo aparecem nas páginas do jornal A Ordem, assim como foi construída uma
identidade pautada na figura do padre João Maria, entre 1935 e 1939. Para tanto, parte de
fontes diversas, como as matérias do referido periódico, livro de tombo, atas de irmandades,
jornal A República, dentre outras, e da geopolítica crítica. Na análise, foi percebido que a
figura do padre João Maria foi construída por monsenhor Alves Landim, um dos
representantes da Diocese de Natal, e teve como base a oposição à Maçonaria e ao
comunismo, os quais foram vistos fundamentalmente como inimigos internacionais distantes
da realidade brasileira. No caso da Maçonaria, a estratégia católica foi de identificá-la ao
Rotary Club, querendo com isso garantir a influência política do catolicismo no âmbito local.