Artigo
Controle de movimentos voluntários no membro superior não plégico de portadores de paralisia cerebral hemiplégica espástica
Fecha
2006-09-01Registro en:
Brazilian Journal of Physical Therapy. Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Fisioterapia , v. 10, n. 3, p. 325-332, 2006.
1413-3555
10.1590/S1413-35552006000300012
S1413-35552006000300012
S1413-35552006000300012.pdf
Autor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Universidade de Ribeirão Preto
Resumen
OBJETIVO: Analisar os movimentos de flexão do ombro e do cotovelo do hemicorpo não plégico de portadores de paralisia cerebral (PC) hemiplégica espástica e do hemicorpo mais utilizado de indivíduos sem comprometimento motor e/ou neurológico (normais). MÉTODOS: Seis portadores de PC (18,2 ± 3,7 anos) e seis indivíduos normais (18,5 ± 3,3 anos) participaram deste estudo. Marcadores ativos foram afixados nos centros articulares do ombro, cotovelo e punho para aquisição de dados cinemáticos e eletrodos de superfície foram afixados nos ventres musculares do deltóide anterior, deltóide posterior, bíceps braquial e tríceps braquial para aquisição da atividade eletromiográfica (EMG) muscular. Os participantes tiveram que flexionar o ombro na tarefa de flexão do ombro e o cotovelo na tarefa de flexão do cotovelo o mais rápido possível em direção a um alvo que estava posicionado em três distâncias angulares diferentes (25º, 50º e 75º). RESULTADOS: Todos os participantes realizaram as duas tarefas motoras e os dois grupos movimentaram predominantemente o ombro para realizar a tarefa de flexão de ombro. Porém, para realizar a tarefa de flexão de cotovelo, os portadores de PC movimentaram o cotovelo e o ombro, enquanto que os indivíduos normais movimentaram predominantemente o cotovelo. CONCLUSÃO: Diferentemente dos indivíduos normais, os portadores de PC hemiplégica espástica não controlaram os movimentos mais distais da mesma forma que os movimentos proximais. Portanto, o hemicorpo não plégico não deve ser considerado normal e, mais importante, ao se propor um programa de intervenção para os portadores de PC, os dois hemicorpos devem ser considerados. OBJECTIVE: To analyze shoulder and elbow flexion movements in the non-affected side of the body in spastic hemiplegic cerebral palsy (CP) patients and in the side of the body used more often in normal individuals (without motor and/or neurological impairment). METHOD: Six CP patients (18.2 ± 3.7 years old) and six normal individuals (18.5 ± 3.3 years old) participated in this study. Active markers were affixed to the shoulder, elbow and wrist joint centers in order to acquire kinematic data, and surface electrodes were affixed to the muscle belly of the anterior deltoid, posterior deltoid, biceps brachii, and triceps brachii in order to acquire muscle electromyographic data. All participants were asked to flex their shoulder joint in a shoulder flexion task and their elbow joint in an elbow flexion task, as fast as possible, towards a target that was positioned at three different angular distances (25º, 50º and 75º). RESULTS: All participants accomplished both motor tasks and both groups predominantly moved the shoulder to perform the shoulder flexion task. However, to perform the elbow flexion task, the CP patients moved their elbow and shoulder, while the normal individuals predominantly moved the elbow. CONCLUSION: Differing from normal individuals, spastic hemiplegic CP patients did not control distal movements in the same way as done for proximal movements. Therefore, the non-affected side of the body should not be considered normal and, most importantly, both the affected and non-affected sides of the body must be taken in account in any intervention program.