dc.creatorGarcia, Fernanda
dc.date2021-09-27
dc.date.accessioned2022-10-04T23:59:57Z
dc.date.available2022-10-04T23:59:57Z
dc.identifierhttps://seer.ufrgs.br/index.php/cadernosdetraducao/article/view/108972
dc.identifier.urihttp://repositorioslatinoamericanos.uchile.cl/handle/2250/3876912
dc.descriptionEste trabalho trata do fenômeno das metáforas que ocorrem de forma adjacente no texto, ou, em outras palavras, dos agrupamentos de metáforas, mas que não compartilham uma base cognitiva semelhante. Em geral, esses agrupamentos misturam ontologias e, por isso, não apresentam uma coerência passível de ser explicada como proveniente de uma única metáfora conceitual. Evidências disso provêm de um corpus britânico (periódicos Sun e Guardian) composto por 675 comentários de jornais acerca dos referendos de 2004/05 da União Europeia (2.574 metáforas no total). Em primeiro lugar, observamos que os jornalistas frequentemente combinam metáforas em argumentos complexos e bem formados, com 39% e 62% (respectivamente) de todas as metáforas ocorrendo em agrupamentos. Os dados também revelam, de forma ainda mais impressionante, que as metáforas misturadas ontologicamente correspondem a 76% de todos os agrupamentos, e que quase todas são diretamente compreensíveis. Isso põe em dúvida a visão das metáforas mistas como um uso estranho da língua. Defendemos que a mistura funciona porque as metáforas geralmente são inseridas em orações separadas, situadas em diferentes planos temporais, causais, relacionados ao falante ou às suas crenças. Consequentemente, não há uma pressão cognitiva forte para o processamento conjunto das metáforas, o que poderia resultar em um choque perceptível de imagens metafóricas. Assim, as misturas bem-sucedidas são uma consequência natural da alternância da lógica das orações na argumentação complexa. Além disso, apresentamos uma tipologia qualitativa sobre como as metáforas em um mesmo agrupamento interagem na argumentação. Isso questiona a ideia de que as metáforas conceituais são um mecanismo de sustentação da coerência na sua essência. Enquanto as metáforas conceituais podem gerar uma “vinculação interna” em agrupamentos ontológicos coerentes, modelos complementares de “vinculação externa” são necessários para explicar os agrupamentos mistos (e, em última instância, para uma explicação completa sobre todos os tipos de argumentação baseados em metáforas).pt-BR
dc.formatapplication/pdf
dc.languagepor
dc.publisherInstituto de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sulpt-BR
dc.relationhttps://seer.ufrgs.br/index.php/cadernosdetraducao/article/view/108972/64583
dc.rightsCopyright (c) 2021 Cadernos de Traduçãopt-BR
dc.sourceCadernos de Tradução; n. 46 (2021): LINGUÍSTICA COGNITIVA: AVANÇOS E APLICAÇÕES; 52-87pt-BR
dc.source2594-9055
dc.source1807-9873
dc.titlePor que misturamos as metáforas (e misturamos bem): coerência discursiva, metáfora conceitual e além.pt-BR
dc.typeinfo:eu-repo/semantics/article
dc.typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion


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