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FIGURAÇÕES DA RELIGIÃO CRISTÃ EM JOSÉ DE ALENCAR: ENTRE SANTOS, ERRANTES E AMALDIÇOADOS
Autor
Sanches, Rafaela Mendes Mano
Resumen
O artigo tem como objetivo estudar a representação da religião cristã nas narrativas ficcionais As Minas de Prata e Alfarrábios, de José de Alencar, a partir de figurações de práticas culturais que envolvem as tradições eruditas e populares do Brasil Colonial. Em ambas as obras, o registro da religião apreende as manifestações do povo e o imaginário coletivo entorno do mito cristão, e confere dignidade à temática da fundação do país, cuja memória é perpetrada pelas práticas dos jesuítas e de sua catequese, pelas tradições dos santos e pelo imaginário cristão sobre os motivos da maldição. O estudo atenta-se ao modo como Alencar opera com diferentes repertórios relacionados à religião católica; por um lado, o popular, povoado pela mistura de crenças religiosas, e por outro, o erudito, entrevisto nas práticas dos clericais, em profundo contato com a entidade coletiva. Entre sagrado e profano, entre santos e demônios, José de Alencar constrói uma quimera religiosa em suas obras, rompendo com a pretensa visão homogênea de religião cristã cultuada no Império.