Resumo: Pesquisar em arquivos fotográficos se mostra uma experiência interessante do ponto de vista antropológico, principalmente nos estudos envolvendo a imagem e a memória. Durante a experiência de pesquisa vivida junto ao Arquivo Miyasaka localizado na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, constituído pela produção fotográfica de Tony Miyasaka, me deparei por diversas vezes com situações em que as fotografias e negativos atuavam agenciando novas imagens, memórias e narrativas. Esses momentos significativos experienciados foram denominados de “encontros fotográficos”, ou seja, quando a fotografia demonstra toda sua potência em ativar a memória, a lembrança e a imaginação do interlocutor em contato com a imagem. Proponho refletir a respeito dos afetos vivenciados e seus efeitos no agenciamento de novas imagens e suas diferentes formas expressivas. Assim, mobilizo autores da chamada “Virada Fenomenológica” que auxiliam na reflexão sobre as experiências vividas com e através dessas fotos, e as relações estabelecidas. A experiência de pesquisa pode ser pensada através desses “encontros fotográficos”, permitindo a construção de experimentações imagéticas que objetivam sintetizar as sensações vivenciadas e construir novas possibilidades de leitura para as imagens e o arquivo.Palavras-chave: Afetos; Arquivo Fotográfico; Imagem; Etnografia PHOTOGRAPHY AND ARCHIVE, BETWEEN TANGIBLE AND INTANGIBLE  Abstract: Researching in photographic archives is an interesting experience from an anthropological point of view, especially in studies involving image and memory. During the research experience lived at the Miyasaka Archive located in the city of Ribeirão Preto, São Paulo, constituted by Tony Miyasaka's photographic production, I came across several situations in which the photographs and negatives acted managing new images, memories and narratives. These significant moments experienced were called “photographic encounters”, that is, when photography shows all its power in activating the memories and the imagination of the interlocutor in contact with the image. I propose to reflect on the affects experienced and their effects on the agency of new images and their different expressive forms. Thus, I mobilize authors of the so-called “phenomenological turn” that help in reflecting on the experiences lived with and through these photos, and the relationships established. The research experience can be thought through these “photographic encounters”, allowing the construction of imagery experiments that aim to synthesize the sensations experienced and build new possibilities of reading for the images and the archive.Keywords: Affects; Image; Ethnography; Photographic Archive