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Fernando Peixoto Translates Turgenev: fundamental notions for a marxist aesthetics
Fernando Peixoto Traduz Turguêniev: noções fundamentais para uma estética marxista
Autor
Berton, Paulo Ricardo
Resumen
In 1965, one year after the coup d'état that established a military dictatorship in Brazil, one of the theater groups most resistant to the newly established regime, Oficina, decides to translate a 19th century Russian playwright who definitely does not fit into the category of revolutionary writer, even though he was arrested after his speech at Gogol's funeral in 1852, he took a stand against serfdom and suffered tsarist censorship in some of his works. Ivan Turgenev advocated gradual reforms towards a more modern state, agnostic, liberal and Europeanized, which earned him the enmity of Tolstoy and Dostoyevsky, writers contemporary to him. Deep down, he was a pessimistic author, whose ideas appeared in a notorious way in his novel Fathers and Sons (1862), through a nihilist character, Bazarov. At Oficina, Fernando Peixoto (together with José Celso Martinez), in the midst of translations by Maxim Gorki, the later a symbol of the October Revolution, focuses on A Month in the Country (1855), believing, mistakenly, to be moving away from a more political theater. This article aims to refute this opinion of Peixoto, since Turgenev's play strictly adheres to the aesthetic principles defended by the thinkers Karl Marx and Friedrich Engels. Em 1965, um ano após o golpe de estado que instaurou uma ditadura militar no Brasil, um dos grupos teatrais mais resistentes ao regime recém-estabelecido, o Oficina, resolve traduzir um autor dramático russo do século XIX que definitivamente não se enquadra na categoria de escritor revolucionário, mesmo tendo sido detido após o discurso proferido no funeral de Gógol em 1852, ter se posicionado contra a servidão e sofrido a censura czarista em algumas das suas obras. Ivan Turguêniev defendia reformas graduais em direção a um estado mais moderno, agnóstico, liberal e europeizado, o que angariou a inimizade de Tolstoi e Dostoievski, escritores contemporâneos a ele. No fundo, era um autor pessimista, cujas ideias apareceram de forma notória na sua novela Pais e Filhos (1862), através de uma personagem niilista, Bazarov. No Oficina, Fernando Peixoto (junto com José Celso Martinez), em meio a traduções de Maxim Gorki, este sim um símbolo da Revolução de Outubro, se debruça na de Um Mês no Campo (1855), acreditando, equivocadamente, estar se afastando de um teatro mais político. Este artigo visa refutar esta opinião de Peixoto, uma vez que o texto dramático de Turguêniev atende rigorosamente aos princípios estéticos defendidos pelos pensadores Karl Marx e Friedrich Engels.