Tesis
Geologia e controle estrutural dos veios mineralizados em ouro dos depósitos cocal e ouro fino, grupos Paranoá e Serra da Mesa, norte de Goiás
Fecha
2018-06-22Registro en:
LOBO, Ricardo Luiz de Morais. Geologia e controle estrutural dos veios mineralizados em ouro dos depósitos cocal e ouro fino, grupos Paranoá e Serra da Mesa, norte de Goiás. 2017. 131 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Lobo, Ricardo Luiz de Morais
Institución
Resumen
Os depósitos Cocal e Ouro Fino são constituídos por um sistema de veios de quartzo auríferos controlados estruturalmente, situados na lapa e capa, respectivamente da Falha do Rio Maranhão. Estão hospedados em sequencias sedimentares metamorfisadas dos grupos Paranoá e Serra da Mesa. São parte integrante de um importante orógeno acrescionário representado pela Província Tocantins – Faixa Brasília, construído de forma contínua, progressivamente, ao longo do final da Orogenia Brasiliana. As rochas identificadas nas áreas são representadas por xistos, filitos, quartzitos e calcários, as três primeiras hospedeiras do sistema mineralizado. Essas rochas foram metamorfisadas na fácies xisto verde, zonas da clorita e biotita. Os veios de quartzo auríferos foram objeto de explotação desde o século XVIII e alguns locais são minerados por garimpeiros até hoje. Empresas de mineração desenvolvem atualmente trabalhos de pesquisa nas áreas e reportam teores de até 45 g/t de ouro. Foram identificados três momentos principais de deformação nos depósitos estudados. O primeiro, um momento compressivo na direção EW desenvolvido em litosfera predominantemente dúctil, gerador da foliação S1, de caráter regional, pervasivo, com geração de venulações de quartzo-carbonato, mineralização aurífera em zona de cisalhamento de baixo ângulo, dobramentos isoclinais, achatamento e estiramento das estruturas em regimes coaxial a não coaxial. Um segundo momento de deformação em condições de litosfera rúptil – dúctil, com geração de fraturas extensionais onde ficaram alojados os veios de quartzo (±carbonato) auríferos, reativando também estruturas antigas. Um terceiro momento, marcado por deformação rúptil, que gerou fraturas e falhas, algumas profundas, preenchidas por diques básicos magnéticos. Foram identificadas três famílias principais de venulações e veios de quartzo (± carbonato). Uma sintectônica ao primeiro momento de deformação (S1), aqui denominada Veios Sintectônicos (VST), com mineralização aurífera associada localmente. Um sistema formado por duas famílias associadas à formação de fraturas extensionais no segundo momento de deformação, mineralizada a ouro, denominadas Veios Tarditectônicos VTT1 (Cocal) e VTT2 (Ouro Fino). No Depósito Cocal o ouro ocorre livre e/ou incluso em massas ou cristais subédricos de pirita com porcentagens de prata entre 4,87 e 17,69%. Alteração hidrotermal provocou enriquecimento nas rochas em Si (quartzo), Ca (carbonatos), K (micas), B (turmalinas), S (sulfetos), Fe (pirita, magnetita), ouro e prata. A geoquímica de isótopos de carbono, oxigênio e enxofre do Depósito Cocal parece excluir a possibilidade dos metais e fluidos mineralizantes serem originados da crosta inferior (ou manto) ou carbono orgânico em sedimentos e sugerem a sua derivação de fontes na crosta superior, especialmente de sedimentos químicos (calcários marinhos). A concentração regional de mineralizações auríferas no grupo Paranoá e Serra da Mesa, próximas ao traço da Falha do Rio Maranhão, permite traçar um Cinturão de Ouro Orogênico, pelo menos no setor setentrional da Faixa Brasília. Os depósitos Cocal e Ouro Fino apresentam controles litológicos e estruturais que permitem enquadra-los nos Depósitos de Ouro Orogênico descritos por Mitchell & Garson, (1981) e Groves et al. (1998).