Tesis
Caracterização Químico-Mineralógica do Minério de Estanho e Wolfrâmio do Granito Pedra Branca, Goiás.
Fecha
2022-03-29Registro en:
SANTOS, Ítalo Kevin Morais dos. Caracterização Químico-Mineralógica do Minério de Estanho e Wolfrâmio do Granito Pedra Branca, Goiás. 71 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Santos, Ítalo Kevin Morais dos
Institución
Resumen
O Brasil central hospeda suítes graníticas com idades paleo-mesoproterozóicas, localizadas
principalmente nas regiões centro-norte e nordeste do Estado de Goiás. Estas suítes graníticas
apresentam assinatura petrográfica e geoquímica similares a de magmatismo tipo-A, com um
alto conteúdo de álcalis, Sn, W, F, Rb, Th, Y, Nb, Ga e ETR, sendo ainda responsáveis por formar
juntas a tão famosa Província Estanífera de Goiás. O maciço granítico Pedra Branca é o principal
corpo intrusivo mineralizado do sistema magmático rico em Sn (±W, ETR) da Província
Estanífera de Goiás. A Faixa Placha é o principal local de concentração de minério do maciço
granítico Pedra Branca. Os cristais de cassiterita são euédricos a subédricos, zonados,
fraturados, contém inclusões de ilmenite, rutilo, tantalita e magnetita. O pleocroísmo varia de
amarelo pálido a marrom escuro, onde nas cores mais fracas ápresenta-se um alto conteúdo de
SnO2 e baixo FeOtotal. A cassiterita da Faixa Placha tem conteúdos de SnO2 entre 96-100% em
peso, enquanto a soma dos elementos traços tem conteúdo inferior a 4% em peso. Os cristais
de wolframita são relativamente raros e estão disseminados nos greisens, apresentando um
conteúdo de WO3 entre 71.5 e 74.5% em peso e possuem inclusões ou exsoluções de nióbio-
tantalatos. A wolframita é formada por uma solução sólida, cujos membros finais são
representados por ferberite (FeWO4) and hübnerite (MnWO4). Os resultados de isótopos
estáveis de oxigênio de quartzo (δ
18O = 9.4 -10.4‰) e cassiterita (δ
18O = 2.6 - 2.9 ‰) apresentam
variações sutis em suas respectivas composições, indicando equilíbrio isotópico com um
ambiente hidrotermal comum. No entanto, diferenças significativas nos valores de δ
18O entre
quartzo-cassiterita revelam assinaturas de fracionamento isotópico mineral durante a ascenção
do sistema hidrotermal. O interval geotermométrico calculado de 406 °C a 498 °C é interpretado
como o intervalo de temperatura de cristalização do minério durante a evolução do sistema
magmático/hidrotermal Pedra Branca. O estudo das inclusões fluidas mostrou que em
temperature ambiente (25 °C), os cristais de quartzo e cassiterita hospedam inclusões de fluidos
aquosos monofásicas e bifásicas, classificadas como pseudo-primárias e secundárias. Os dados
microtermométricos revelaram um sistema de fluido aquoso com salinidade e densidade
reduzidas, aprisionado sob temperatura baixa a moderada (100 °C – 270 °C). Durante o
Neoproterozóico (0,75 – 0,50 Ga), a tectônica transpressiva ligada a Orogenia Brasiliana/Pan-
Africana ocasionou diferentes níveis de deformação em todas as litologias. Falhas e fraturas de
tração greisenizadas por minério ligado à Faixa Placha (exogreisen), bem como alguns corpos
lenticulares de greisen ligados à Zona da Bacia (endogreisen) foram submetidos à deformação
milonítica direcional. Os conjuntos de estruturas da Faixa Placha foram reativados em regime
dúctil-rúptil, com geração local de dobras centimétricas e cortes de tensão, além de achatamento
e fragmentação parcial sobre a assembléia mineral.