Tesis
Avaliação da adesão ao rastreamento para disglicemia após o parto em pacientes com história de diabetes gestacional
Fecha
2021-08-30Registro en:
LAUAND, Thais Cabral Gomes. Avaliação da adesão ao rastreamento para disglicemia após o parto em pacientes com história de diabetes gestacional. 2021. 78 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Lauand, Thais Cabral Gomes
Institución
Resumen
Introdução: O diabetes melito gestacional (DMG) tem prevalência de 3 a 25%. Mulheres com DMG têm risco ao menos 7 vezes maior de desenvolver DM2 ao longo dos anos. As principais diretrizes recomendam rastreamento para DM2 entre 6-12 semanas pós- parto nas mulheres com história de DMG. A proporção de mulheres avaliadas é baixa em todo o mundo e diversos estudos trazem propostas para melhorar o desempenho do rastreamento. Essas propostas, por sua vez, devem estar fundamentadas na compreensão dos fatores relacionados à baixa adesão e desempenho do rastreamento após o parto Objetivos: Avaliar a adesão ao rastreamento para DM2 em mulheres com história de DMG acompanhadas no Hospital Regional de Taguatinga e comparar o desempenho da glicemia de jejum (GJ) e do teste oral de tolerância à glicose (TOTG) em relação à adesão ao rastreamento pós-parto. Métodos: Estudo randomizado, prospectivo, dividido em 2 etapas. Durante a gestação, foi aplicado questionário e realizada a randomização para o teste a ser realizado no pós-parto (GJ ou TOTG). Na consulta de pós-parto, foram colhidas informações sobre as mulheres que retornaram. Resultados: foram incluídas 110 mulheres e 33 (30%) realizaram o teste após o parto e retornaram para avaliação. Não houve diferença significativa da frequência de retorno de acordo com o teste realizado (GJ: 32% vs TOTG: 28,3%). A presença DMG prévio associou-se a maior chance de retorno para avaliação de disglicemia após o parto (razão de chances de 5,344 IC95% 1,403 – 20,408 p < 0,05). Em modelo de regressão logística, DMG prévio, valor da GJ e preferir realizar o TOTG foram associados significativamente a chance de retorno para avaliação de disglicemia após o parto. Entre as mulheres randomizadas para avaliação de disglicemia após o parto com TOTG, a utilização de carro como meio de transporte foi associada significativamente à chance de retorno (p = 0,006). Na avaliação glicêmica, em 12,1% das participantes foi definido pré-DM e em 3,0%, DM2. A GJ perdeu 5,88% dos diagnósticos quando comparada com o TOTG. O peso da mulher na consulta de retorno associou-se significativamente à ocorrência de disglicemia pós-parto, com aumento da chance de pré-DM2 ou DM2 em 1,097 para cada 1 kg de peso. Conclusão: a escolha de GJ como teste de rastreamento não influenciou frequência de retorno para avaliação de disglicemia pós-parto entre mulheres com DMG. São necessários estudos adicionais para esclarecer o impacto do tipo de teste glicêmico sobre a adesão ao rastreamento pós-parto e sobre o desempenho diagnóstico.