Tesis
Estudo AMPERE : uma análise do ambiente da prática de enfermagem e sua relação com resultados assistenciais, segurança do paciente e Burnout em profissionais de enfermagem, em unidades de terapia intensiva
Fecha
2019-05-08Registro en:
AZEVEDO FILHO, Francino Machado de. Estudo AMPERE: uma análise do ambiente da prática de enfermagem e sua relação com resultados assistenciais, segurança do paciente e Burnout em profissionais de enfermagem, em unidades de terapia intensiva. 2018. 136 f., il. Tese (Doutorado em Enfermagem)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Azevedo Filho, Francino Machado de
Institución
Resumen
INTRODUÇÃO: A demanda por leitos em unidades de terapia intensiva continua a aumentar consistentemente. No Brasil, embora o número de leitos tenha aumentado progressivamente nos últimos anos, eles ainda são insuficientes e os indicadores de resultado assistenciais são tímidos. Diversos estudos internacionais inserem a força de trabalho de enfermagem e o ambiente da prática de enfermagem, como fatores moduladores dos resultados e estresse ocupacional. Contudo, há limitado conhecimentos sobre como esses fatores estão relacionados. OBJETIVO: Analisar a associação entre ambiente da prática de enfermagem, pacientes e profissionais de enfermagem em unidades de terapia intensiva. METODOLOGIA: Estudo observacional, combinado em braços longitudinal e transversal, realizados em Unidades de Terapia Intensiva do Distrito Federal, abordando três níveis de dados: pacientes, profissionais e unidade. Pacientes foram observados durante 45 dias, para mensuração da demanda por cuidado de enfermagem através do instrumento Nursing Activities Score. Enfermeiros e técnicos de enfermagem responderam ao instrumento Inventário Burnout de Maslach e Practice Environment Scale. Ao nível da unidade foi medido a disponibilidade de recursos humanos de enfermagem. Foi realizada análise descritiva e multivariada dos dados, e o estudo foi submetido a apreciação ética. RESULTADOS: Pacientes apresentaram uma alta demanda por cuidado de enfermagem (18,6 horas para cada período de 24 h). O ambiente da prática de enfermagem foi desfavorável para a prática de enfermagem, com disponibilidade média de 8 pacientes para cada enfermeiro, e, 2 pacientes para cada técnico de enfermagem. O óbito do paciente foi associado ao ambiente da prática de enfermagem (OR = 0,60; IC = 0,40 – 0,90) e ao número de paciente por enfermeiro/dia (OR = 1,57; 1,04 – 2,38). A estabilização e transição do paciente da UTI para uma unidade de medicina interna foi associada ao ambiente da prática de enfermagem (OR = 1,66; IC 1,10 – 2,49) e quantidade de horas de enfermagem disponíveis por paciente/dia (OR = 2,17; IC = 1,12 – 4,20). O tempo necessário para estabilização e transição do paciente foi negativamente associada ao ambiente da prática de enfermagem (ß=-0,07) e a quantidade de horas de enfermagem disponíveis por paciente/dia (ß=-0,11). Identificou-se também associação entre o ambiente da prática de enfermagem e a alta exaustão emocional (OR = 0,36; 0,17-0,76) e baixa realização profissional (OR = 0,26; 0,13 – 0,54). Cada paciente adicional por paciente elevou a chance de alta exaustão emocional em 67% e baixa realização profissional em 37%. CONCLUSÃO: Melhores ambientes da prática de enfermagem podem melhorar os resultados assistenciais, diminuir a chance de mortalidade e aumentar as chances de estabilização do paciente, além de diminuir a probabilidade de Burnout entre os profissionais. Administradores, gestores e tomadores de decisão em saúde, devem considerar investir na melhoria do ambiente de prática dos profissionais de enfermagem, como estratégia de melhoria dos resultados e sustentabilidade.