Tesis
A sala de aula como espaço relacional : o olhar do professor para as singularidades dos alunos
Fecha
2017-08-22Registro en:
VAZ, Luana. A sala de aula como espaço relacional: o olhar do professor para as singularidades dos alunos. 2017. 162 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Vaz, Luana
Institución
Resumen
O presente trabalho apresenta a compreensão da relação entre professor e alunos como aspecto fundamental da prática pedagógica. Considerando o processo de ensino aprendizagem como um processo relacional, constituído por uma dimensão subjetiva, entende se que é de fundamental importância a consideração das singularidades dos alunos no espaço social da sala de aula. Sendo assim, esta pesquisa propôs-se investigar as formas como uma professora buscava conhecer as especificidades dos alunos na dinâmica relacional da sala de aula, bem como identificar de que maneira esse conhecimento orientava a organização do trabalho pedagógico. O estudo foi fundamentado teoricamente pela perspectiva histórico-cultural de Vigotski e pela teoria da subjetividade numa perspectiva cultural-histórica, de González Rey. O processo investigativo foi ancorado nos princípios da Epistemologia Qualitativa, de González Rey (2005), que pressupõe o processo de produção do conhecimento a partir de um caráter construtivo-interpretativo, singular e dialógico. A pesquisa foi realizada a partir de um estudo de caso em uma turma do 1º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública do Distrito Federal, em que buscou-se conhecer as bases da relação professora-alunos, os processos comunicativos e a articulação da constituição subjetiva da professora com as dinâmicas relacionais desenvolvidas na sala de aula. Foram utilizados como instrumentos de pesquisa: observação participante das aulas e das coordenações pedagógicas; entrevistas; dinâmicas conversacionais; complemento de frases; análise documental e redação. A construção interpretativa indicou que as formas de a professora se relacionar com os alunos tinham como base suas escolhas pedagógicas, seu sistema de valores e crenças, suas concepções sobre aprendizagem e infância e suas produções subjetivas em relação a seus alunos. As maneiras como a professora buscava conhecer seus alunos não estavam baseadas em ações específicas, mas na transformação da sala de aula em um espaço relacional, aberto ao diálogo e que abria espaço para o envolvimento emocional dos alunos e para que eles se posicionassem como sujeitos. A relação dialógica entre professora e alunos era base para o desenvolvimento do trabalho pedagógico e, ainda, para o desenvolvimento dos alunos e da própria professora. O modo de funcionamento da turma estava fortemente marcado pela constituição subjetiva da professora. A partir das informações construídas, se reconhece a complexidade da relação professor-aluno, que é composta por uma multiplicidade de fatores que se articulam de maneira singular, e a necessidade de se ampliar as discussões sobre a dimensão subjetiva que constitui o espaço social da sala de aula.