Tesis
Marcas identitárias da língua inglesa em um centro interescolar de línguas do Distrito Federal
Fecha
2019-04-29Registro en:
RODRIGUES, Ricardo de Oliveira. Marcas identitárias da língua inglesa em um centro interescolar de línguas do Distrito Federal. 2018. 178 f., il. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Rodrigues, Ricardo de Oliveira
Institución
Resumen
Este estudo tem por objetivo buscar entender como uma comunidade escolar se relaciona com a língua inglesa e com um Centro Interescolar de Línguas (CIL) que, por propiciar vivências ligadas a essa língua, serve de palco para construções identitárias. O conceito de identidade na qual se alicerça este trabalho considera identidades na pós-modernidade como contextuais, cambiantes, deslocadas, plurais, contraditórias e marcadas pela diferença (HALL, 2006; WOODWARD, 2000; MAALOUF, 2000). A pesquisa segue o paradigma qualitativo interpretativista, que considera a presença e perspectiva do pesquisador como elementos indissociáveis da análise e da construção dos sentidos (FETTERMAN, 2008; MOITA LOPES, 1994). A língua inglesa, por seu alcance e status no mundo globalizado contemporâneo, está cercada de questões ideológicas que têm reflexos nas práticas pedagógicas do seu ensino. Esta dissertação discute relações de poder ligadas à língua inglesa (PHILLIPSON, 1997; PENNYCOOK, 2013; BLOCK, 2012) e como paradigmas como padrões de fala a serem seguidos (JORDÃO, 2001; MCKAY, 2012) podem esconder ideologias acerca do idioma (HOLBOROW, 2012). O estudo também lança o olhar sobre o investimento (NORTON, 1995) que as/os alunas/os de inglês desse CIL fazem no idioma e, assim, tenta entender em busca de quais capitais (BOURDIEU, 1986) elas/es estão. Discute-se também algumas das conceituações que a língua inglesa vem ganhando ao longo dos anos dependendo de como é encarada: ISL, ILE, ILA, IG, ILF e ILI, mas concorda-se com Siqueira (2011) que, mais importante que se ater a conceituações, é a prática crítica desterritorializada da língua. Em busca das opiniões de participantes experientes (FLICK, 2004), lançou-se mão de entrevistas semiestruturadas, roda de conversa, questionários Likert e produções escritas. A coleta de dados aconteceu no primeiro semestre de 2018, com o pesquisador ainda no lócus da pesquisa em suas atividades docentes. Entrevistaram-se professoras/es de inglês da escola, alunos/as de inglês de 6 turmas na instituição que contavam pelo menos 2 anos na escola e pais. Os dados das/os alunas/os, mães e pais revelam atitudes e crenças relativas à língua inglesa, à qualidade percebida da instituição e aos desejos que o idioma parece gerar. Os dados das/os professoras/es e direção revelam desafios e compreensões acerca de ensinar uma língua que parece ter perdido muito de seu caráter estrangeiro (LEFFA; IRALA, 2014) numa instituição atípica no contexto brasileiro de ensino público de línguas e também quais implicações uma abordagem de ensino de vertente crítica poderia ter para essa escola.