Tesis
Inédito viável no Consultório na Rua : a com-vivência como práxis de educação em e para direitos humanos
Fecha
2020-05-26Registro en:
CESARIO, Rafaella Pinheiro. Inédito viável no Consultório na Rua: a com-vivência como práxis de educação em e para direitos humanos. 2019. 153 f. Dissertação (Mestrado em Direitos Humanos e Cidadania)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Cesario, Rafaella Pinheiro
Institución
Resumen
Esta pesquisa voltou-se à compreensão das relações de poder e forças instituídas, que perpetuam a opressão, dominação e exclusão da população em situação de rua, assim como as forças instituintes, que traçam linhas de fuga emancipatórias rumo à promoção da autonomia e à construção de sujeitos de direitos, que se fazem presentes na trama institucional do Consultório na Rua, estratégia da Atenção Básica voltada para prestar cuidados à população em situação de rua. Para tal, foi realizada uma pesquisa-intervenção cartográfica para desembaraçar as linhas do dispositivo clínico Consultório na Rua e foram utilizados conceitos-ferramentas da Análise Institucional de forma a identificar as forças e fluxos instituídos e instituintes presentes nesse campo de subjetivação. Como instrumentos-ferramentas de pesquisa foram utilizados o diário de campo como dispositivo de análise do campo e de análise da implicação e entrevistas semiestruturadas para aprofundar aspectos evidenciados pelos analisadores suscitados pela vivência no campo. Inspirei-me no conceito de utopia de Paulo Freire, que a define como unidade dialética entre denúncia e anúncio, para tecer uma crítica imanente e, a partir desta, identificar inéditos viáveis capazes de contribuir para o fortalecimento da função social do Consultório na Rua. A partir da perspectiva foucaultiana de poder e subjetivação, em diálogo com pensadores que revisitam sua teoria, denunciaram-se as forças tanatopolíticas e disciplinares perpetuadas pela organização da oferta do cuidado e práticas profissionais. Partindo das contribuições da pedagogia crítica de Paulo Freire, da perspectiva crítica de direitos humanos e da educação em direitos humanos, anunciou-se a potência das práticas profissionais ancoradas em desenhos de cuidado que desafiam as relações instituídas de poder e engrendram linhas de fugas emancipatórias. Por fim, identificou-se a com-vivência como um inédito viável, como práxis em e para direitos humanos que articula as dimensões ético-político-clínicas do cuidado.