dc.contributorMiranda, Heloisa Sinátora
dc.creatorSilva, Paulo Cirne da
dc.date.accessioned2020-05-20T16:00:57Z
dc.date.accessioned2022-10-04T15:54:44Z
dc.date.available2020-05-20T16:00:57Z
dc.date.available2022-10-04T15:54:44Z
dc.date.created2020-05-20T16:00:57Z
dc.date.issued2020-05-20
dc.identifierSILVA, Paulo Cirne da. Efeitos do fogo na regeneração de Kielmeyera coriacea (Spr.) Mart. (Guttiferae) em áreas de cerrado sensu stricto: mecanismos de sobrevivência e época de queima. 2002. viii, 83 f., il. Tese (Doutorado em Ecologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2002.
dc.identifierhttps://repositorio.unb.br/handle/10482/37817
dc.identifier.urihttp://repositorioslatinoamericanos.uchile.cl/handle/2250/3863194
dc.description.abstractO fogo é considerado um fator ecológico potencialmente envolvido na seleção de espécies e na dinâmica da vegetação do Cerrado, a savana neotropical do Brasil Central. Entretanto, pesquisas examinando o comportamento de populações vegetais em resposta a diferentes regimes de fogo são escassas neste bioma. Este estudo, foi desenvolvido em áreas de cerrado sensu stricto na Reserva Ecológica do IBGE, Brasília, DF, como parte de um projeto de longa duração para investigar os impactos de diferentes regimes de queima na vegetação do Cerrado (Projeto Fogo), e examinou processos envolvidos na regeneração de Kielmeyera coriacea (Spr.) Mart. Guttiferae após queimadas bienais prescritas durante a estação seca. Esta espécie, de ampla distribuição nas diferentes formações vegetais do Cerrado, apresenta habitus arbustivo ou arbóreo e padrões fenológicos fortemente relacionados a sazonalidade climática. No Capítulo 2 desta tese, foram examinadas as distribuições de tamanho de indivíduos de K. coriacea em áreas queimadas bienalmente, desde 1992, no começo (BP), no meio (BM) e no final (BT) da estação seca. No Capítulo 3, foram examinados seus padrões de rebrotamento, de sobrevivência e de produção de estruturas reprodutivas após o fogo e como estes padrões são afetados pelo tamanho do indivíduo. Além disto, examinou-se aspectos da dinâmica populacional de K. coriacea em BP, BM e BT. Por último, no Capítulo 4, foram examinados mecanismos envolvidos na capacidade de sobrevivência das sementes durante o fogo e variações nos períodos de abertura de frutos entre BP e BM. A maioria dos indivíduos foi encontrada nas primeiras classes de tamanho (até 100 cm em altura (h) e 30 mm em diâmetro basal, (db)), sendo as proporções de indivíduos jovens significativamente maiores (p < 0,05) em BT (96,8 ± 4,5%), quando comparadas às áreas BP (70,8 ± 6,6%) e BM (85,3 ± 10,0%). Considerando juntos indivíduos amostrados nas três áreas experimentais, encontrou-se uma alta sobrevivência tanto após as queimadas em 1998 quanto em 2000 (96,3 e 94,2%, respectivamente). Análises envolvendo a atenuação das temperaturas durante o fogo, na região do câmbio, demonstraram que a temperatura máxima neste tecido para um indivíduo jovem (78°C) foi superior a encontrado para um adulto (49°C). Foram encontradas relações lineares positivas entre a espessura da casca dos caules de K. coriacea e o tamanho do v indivíduo, sendo a capacidade de rebrotamento das porções aéreas proporcional ao tamanho. Embora a sobrevivência de indivíduos não tenha sido linearmente relacionada ao tamanho, foi observada uma redução maior no número de indivíduos adultos do que no de jovens. A mortalidade encontrada foi inferior em BP, quando comparada a BM e a BT, principalmente quando foi considerado separadamente o estádio adulto. De forma geral, na época das queimadas em BM e em BT, os indivíduos já haviam alocado recursos para a ativação de gemas, produção de folhas e/ou crescimento das porções aéreas antes do fogo, o que demanda um investimento adicional de recursos para o rebrotamento. A produção de estruturas reprodutivas para K. coriacea foi restrita a indivíduos maiores que 150 cm de altura e 45 mm de diâmetro basal. Considerando apenas os indivíduos adultos, a proporção de indivíduos em floração, em diferentes classes de tamanho, foi linearmente relacionada à h. Por outro lado, a proporção de indivíduos com flores em BT foi menor do que em BP ou em BM, o que pode ser explicado em função da menor produção de ramos secundários após o fogo na primeira. Após as queimadas em 1998, a germinação de sementes de K. coriacea em BP foi menor do que em BM ou BT, embora o recrutamento e a sobrevivência das plântulas, em períodos posteriores de chuva e seca e após o fogo, tenham sido similares entre os tratamentos. Durante o fogo, as temperaturas externas máximas de três frutos variaram entre 393°C a 734°C, enquanto que no interior dos frutos foram registrados valores máximos entre 61°C e 63°C. Sementes coletadas em frutos fechados antes das queimadas, no solo ou em frutos abertos durante o fogo, não germinaram em laboratório, enquanto que as sementes coletadas em frutos que abriram somente após o fogo apresentaram alta germinabilidade (79 ± 12% em BP e 69 ± 14% em BM). Em BP e em BM, a abertura dos frutos foi mais intensa apenas após as queimadas. Efeitos negativos para a sobrevivência das sementes foram observados pela perda de viabilidade em frutos que não abriram após o fogo. K. coriacea apresentou mecanismos que a qualifica como uma espécie resistente e resiliente ao fogo. Entretanto, em regimes de alta frequência de queima, a época do fogo parece ser determinante na persistência de populações locais desta espécie. Os resultados encontrados demonstraram que tanto regeneração vegetativa, quanto sexuada, são potencialmente importantes para a manutenção da espécie nos regimes de queima considerados. Estudos de longo prazo, em nível de populações, incluindo diferentes componentes do regime de fogo, como freqüência e época de queima, podem ser vi importantes para o desenvolvimento de estratégias que visem o manejo e a conservação de áreas do Cerrado.
dc.languagePortuguês
dc.rightsAcesso restrito
dc.titleEfeitos do fogo na regeneração de Kielmeyera coriacea (Spr.) Mart. (Guttiferae) em áreas de cerrado sensu stricto : mecanismos de sobrevivência e época de queima
dc.typeTesis


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