Tesis
Teletrabalho e atitudes frente à mudança : estudo multicasos no setor público brasileiro
Fecha
2019-10-19Registro en:
OLIVEIRA, Míriam Aparecida Mesquita. Teletrabalho e atitudes frente à mudança: estudo multicasos no setor público brasileiro. 2019. 122 f., il. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão Pública)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Oliveira, Míriam Aparecida Mesquita
Institución
Resumen
As inovações tecnológicas possuem papel importante para a modernização da administração pública e têm permitido mudanças consideráveis, tais como a utilização do teletrabalho com vistas a redução de custos e maiores níveis de qualidade e produtividade. A literatura demonstra que essa nova modalidade de trabalho é capaz de inserir mudanças significativas na cultura organizacional, no contexto do trabalho e na vida dos trabalhadores, sendo que as percepções desenvolvidas podem exercer influência positiva ou negativa em seus resultados. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo principal investigar as atitudes frente à mudança organizacional no contexto de implantação do regime de teletrabalho no setor público e analisar suas possíveis relações com as características individuais, funcional e demográfica dos servidores. Os objetivos específicos consistiram em: adaptar a escala de Atitudes frente à Mudança Organizacional, validada por Neiva, Ros e Paz (2004); revalidar a escala adaptada em diferentes contextos organizacionais do setor público e identificar possíveis relações existentes entre as características individuais, funcional e demográficas com as atitudes frente à mudança. Os resultados obtidos através da adaptação e revalidação da escala de medidas evidenciaram uma estrutura fatorial composta por três dimensões atitudinais: a) ceticismo; b) temor; e, c) aceitação, os quais obtiveram índices de confiabilidade satisfatórios em todos os fatores. As análises de regressão sinalizaram que algumas características demográficas e fúncionais podem influenciar as atitudes dos servidores frente à mudança decorrente da adoção do teletrabalho. A atitude mais enfatizada pelo grupo de participantes da amostra está relacionada ao temor, seguida das atitudes de aceitação, sendo o ceticismo a atitude menos enfatizada pelo grupo. Contudo, mesmo apresentando altos índices de temor as características individuais, fúncionais e demográficas não se apresentaram como preditoras da referida atitude. Os resultados evidenciaram ainda, que questões relacionadas ao gênero, estado civil, se o cônjuge ou companheiro trabalha fora e o cargo ocupado na instituição não influenciam na atitude desenvolvida, todavia, foi possível identificar como preditoras de atitudes de ceticismo e aceitação, variáveis como idade, tempo de serviço, participação no teletrabalho e distância entre casa e trabalho. Esses resultados identificam diversos desafios para as organizações públicas, sobretudo, naquilo que se refere a adequação das políticas e práticas de gestão de pessoas às peculiaridades do teletrabalho, bem como a necessidade de preparação dos gestores e servidores para essa nova realidade organizacional. Além disso, foi possível perceber a necessidade de estudos fúturos voltados à análise das atitudes dos indivíduos considerando o contexto e cultura organizacional, o mapeamento de competências emergentes, à qualidade de vida, avaliação de desempenho e os resultados do teletrabalho nas organizações públicas brasileiras.