Tesis
Análise da microbiota cultivável de úlceras de portadores de diabetes após tratamento com biomembranas de látex natural (Hevea Brasiliensis) contendo curcumina concomitante ao uso do equipamento Rapha®
Fecha
2021-10-26Registro en:
MENDES, João Marcos Torres do Nascimento. Análise da microbiota cultivável de úlceras de portadores de diabetes após tratamento com biomembranas de látex natural (Hevea Brasiliensis) contendo curcumina concomitante ao uso do equipamento Rapha®. 2021. 80 f., il. Dissertação (Mestrado em Engenharia Biomédica) – Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Mendes, João Marcos Torres do Nascimento
Institución
Resumen
A úlcera de pé diabético (UPD) representa uma das complicações mais graves da diabetes devido à alta incidência de amputação de membros inferiores associada a esta comorbidade. A úlcera suscita um ambiente propício para o desenvolvimento de infecções, visto que, além de possuir faixa de temperatura ideal no local da lesão, a presença de umidade e nutrientes pode favorecer o crescimento bacteriano. Na presença de infecção, ocorre um retardo no processo de cicatrização tecidual. Nosso grupo desenvolveu o
sistema terapêutico RAPHA®, que consiste no uso concomitante de fototerapia com diodo emissor de luz
(LED: Light Emitting Diode) e de curativo baseado em biomembrana de látex natural (BLN) com ou sem
curcumina para tratamento da UPD. O LED foi usado no comprimento de onda vermelho. No presente
estudo, foi avaliada a presença e quantidade de cepas bacterianas após tratamento. A amostra deste estudo
foi composta por 15 participantes de pesquisa, portadores de UPD, distribuídos igualmente entre os
grupos GC (grupo controle), GE1 (grupo experimental 1) e GE2 (grupo experimental 2). O grupo GC
recebeu o tratamento padrão utilizado no Sistema Único de Saúde (SUS), com troca de curativos em
ambiente ambulatorial ao menos uma vez por semana. Os grupos GE1 e GE2 utilizaram curativo baseado
em BLN e BLN contendo curcumina concomitante à exposição a LED durante 35 minutos. Os curativos
foram trocados diariamente. Os participantes dos grupos GE1 e GE2 recebiam assistência dos
pesquisadores em seus domicílios a cada quinzena e recebiam suporte e orientação da equipe diariamente
por meio de diálogo no aplicativo WhatsApp. Para se avaliar a microbiota bacteriana foram coletadas
amostras diretamente das úlceras dos participantes em ambiente ambulatorial (GC) e em domicílio (GE1
e GE2) a fim de identificar se os tratamentos afetavam a microbiota local. As amostras da microbiota das
úlceras foram coletadas no início (D0), meio (D22) e fim do tratamento (D45). Nos respectivos dias, as
amostras foram coletadas em dois momentos sendo: (1) Coleta Inicial (CI) antes de iniciar e (2) Coleta
Final (CF) logo após o término do protocolo terapêutico. Para isso, utilizou-se um coletor Swab,
pressionando-o levemente em sentido horário e em seu próprio eixo na área de 1 cm2
da úlcera. Em
seguida, as amostras foram inoculadas em um tubo, contendo meio de conservação e transporte
bacteriano (Stuart). As amostras foram transportadas imediatamente para análise, sendo acondicionadas
em estufa bacteriológica a 35oC (± 2°C) por 24 horas. Em seguida, realizou-se análise da microbiota
utilizando-se meios de cultura Agar sangue, Agar Manitol e Agar MacConkey e meios para provas
bioquímicas Catalase e Rugai com lisina. Observou-se colonização resistente de cinco espécies
bacterianas nas úlceras dos participantes dos grupos GC, GE1 e GE2 sendo: Staphylococcus aureus,
Staphylococcus epidermidis, Proteus mirabilis, Edwardsiella spp. e Klebsiella spp. onde analisou-se a
variação bacteriana entre CF e CI. Todos os participantes dos grupos experimentais tiveram contração das
úlceras superior ao GC. Não se observou alterações de microbiota cultivável entre os grupos avaliados
durante nos dias D0, D22 e D45. Portanto, concluiu-se que o tratamento com BLN e LED não alterou a
microbiota das feridas dos participantes de pesquisa.