Tesis
Variabilidade da precipitação no Cerrado e sua correlação com a mudança no uso da terra
Fecha
2018-10-22Registro en:
CAMPOS, Juliana de Oliveira. Variabilidade da precipitação no Cerrado e sua correlação com a mudança no uso da terra. 2018. xvi, 132 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Campos, Juliana de Oliveira
Institución
Resumen
Simulações com modelos climáticos indicam que a conversão do Cerrado natural em lavouras e pastagens tem o potencial de alterar a precipitação regional por meio de alterações nos processos biofísicos da vegetação, incluindo mudanças no albedo, rugosidade aerodinâmica e evapotranspiração. Entretanto, isso ainda não foi comprovado por dados observados. Uma vez que aquele bioma já perdeu metade da sua cobertura natural, faz-se necessário entender a relação vegetação – clima, e verificar se impactos da conversão do Cerrado na precipitação já são evidentes. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a variação da precipitação regional do Cerrado nas últimas décadas, e correlacioná-la com o desmatamento do bioma. Para tanto, foram realizadas diferentes análises de tendência de séries temporais de precipitação anual e mensal de 125 estações pluviométricas do Cerrado, no período entre 1977 e 2010, incluindo LOWESS (LW), Mann-Kendall (MK), Theil-Sen (TS), e Pettitt (PT). O estudo analisou o bioma Cerrado como um todo, bem como suas regiões Setentrional e Meridional separadamente, já que seus padrões de desmatamento são distintos. O teste de MK indicou que 71% dos postos analisados apresentaram tendência de queda em P anual, sendo que 14% apresentaram tendência significativa a 95% de probabilidade, predominantemente na região Meridional, com maior desmatamento. Apenas 28% dos postos apresentaram tendência de aumento, sendo que 1% desses foi significativo. Em média, a precipitação noCerrado diminuiu 8,4% (125mm) no período estudado, e 10,6% e 4,7% nas regiões Meridional e Setentrional, respectivamente. Apesar da correlação negativa (r = - 0,31) observada entre a precipitação média anual no bioma e o desmatamento não ter sido significativa (p =0,07) no período, outras evidências indicam uma relação já existente entre aquelas variáveis. Dentre elas estão a maior redução da precipitação nas áreas desmatadas em oposição às áreas com vegetação e a similaridade com os resultados esperados pelos modelos climáticos, como o prolongamento da estação seca.