Tesis
Cenários futuros de mudanças climáticas e impactos do conforto térmico humano em áreas urbanizadas
Fecha
2017-09-20Registro en:
COSTA, Rafaela Lisboa. Cenários futuros de mudanças climáticas e impactos do conforto térmico humano em áreas urbanizadas. 2017. 158 f., il. Tese (Doutorado em Geociências Aplicadas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Costa, Rafaela Lisboa
Institución
Resumen
O objetivo deste estudo foi avaliar os impactos das mudanças climáticas no grau de conforto e/ou desconforto térmico, sentido pela população de áreas urbanas da Região Nordeste do Brasil. Para a realização deste estudo, foram utilizados dados das 96 estações meteorológicas convencionais do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), distribuída por toda região de estudo. Inicialmente, procurou-se mostrar o comportamento das variáveis meteorológicas temperatura e precipitação, desde o ano de 1961 ao ano de 2014, por meio índices que avaliam tendências de ocorrência de extremos climáticos, Os impactos das mudanças climáticas foi investigado com base na média dos resultados de quatro modelos climáticos globais, ECHAM5-OM, HADGEM2-ES, BCM2 e o CNRMCM3, para dois cenários de emissões de gases de efeito estufa, A1B e A2 que tiveram suas projeções futuras regionalizadas para o período 2021-2080 com o emprego da técnica de downscaling estatístico. Para avaliar o conforto/desconforto térmico, utilizouse o Índice de Desconforto de Kawamura (IDK), onde foi possível fazer uma avaliação das consequências das mudanças climáticas, no grau de conforto/desconforto térmico na região Nordeste, por meio de uma análise futura para esse índice. Por fim, por meio do uso da técnica de sensoriamento remoto, tentou-se identificar ilhas de calor em áreas urbanas pré-selecionadas, assim como, avaliar se houve expansão da mancha urbana e o comportamento do conforto térmico humano nessas áreas. Os resultados encontrados permitiram concluir que: (i) Por meio do uso de índices que avaliam tendências de extremos, durante os anos de 1961 a 2014, houve uma diminuição significativas das chuvas em toda a região e, também, aumento das temperaturas, tanto máximas como mínimas; (ii) Poderá haver redução da precipitação nos respectivos períodos chuvosos das sub-regiões do Nordeste, aumento das temperaturas máximas no primeiro semestre e diminuição em extensas áreas do setor norte do Nordeste em meses do segundo semestre, principalmente para o cenário A2. Para as temperaturas mínimas os resultados apontam para tendência de aumento em todo o ano com destaque para os meses de inverno, em toda a região; (iii) As análises dos cenários do IDK apontam para um aumento de dias com desconforto pelo calor entre 2021 e 2080. A principal tendência de aumento se dá na segunda metade desse período, entre 2051 e 2080. Na porção norte do Nordeste deve predominar dias com desconforto pelo calor já entre 2021 e 2050. Na porção leste a prevalência de dias com desconforto pelo calor se dá no período de 2051 a 2080, e na parte centro-oeste da região, que no período de referência, registrou menos de 1% dos dias com desconforto pelo calor, deve entre 2021 a 2050 ter 7% dos seus dias nessa classificação, atingindo 48% dos dias desconfortáveis pelo calor; (iv) Por meio do uso dos satélites Landsat 5 e 8, na banda termal, foi possível identificar ilhas de calor na áreas pré-selecionadas, por meio da obtenção da temperatura de superfície. Para o IDK, apesar desse índice, de forma geral, apresentar a situação de conforto, para algumas áreas foram observados situações de desconforto e estresse térmico devido ao calor, principalmente, no ano de 2016. O uso de dados observados fez-se necessário com o intuito em corroborar com as informações dos satélites.