Tesis
Cenários dos espaços verdes urbanos no Brasil
Fecha
2018-06-27Registro en:
SILVA, Romero Gomes Pereira da. Cenários dos espaços verdes urbanos no Brasil. 2018. 386 f., il. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Silva, Romero Gomes Pereira da
Institución
Resumen
Dada a importância socioambiental dos espaços verdes no meio urbano, esta tese traz uma ampla discussão e contextualização sobre esses espaços nas cidades nos âmbitos histórico e socioeconômico. A busca do desenvolvimento urbano sustentável passa pela presença dos espaços verdes nas cidades, sobretudo nas áreas com maior vulnerabilidade social. A análise tomou como base o mapeamento dos espaços verdes urbanos (estabelecidos como maiores de 625 m2) considerando como estudo de caso as áreas urbanas de quatro Regiões Metropolitanas - RM (Manaus, Porto Alegre, Recife e São Paulo), além da RIDE-DF e Entorno. Além da ampla revisão de literatura, a análise utilizou-se dos Sistema de Informações Geográficas (SIGs) e softwares específicos como IDRISI, QGIS e GeoDa para a produção cartográfica, alicerce das análises. As principais bases de dados utilizadas foram: as imagens de satélite RapidEye (base para elaboração dos mapas dos espaços verdes urbanos), os setores censitários urbanos (IBGE, 2010) e os mapas de vulnerabilidade social segregados por Unidade de Desenvolvimento Humano – UDH (IPEA, 2015). O grande diferencial dos dados de vulnerabilidade social é que eles estão disponíveis na escala intramunicipal e reúnem em cada UDH um conjunto de setores censitários de mesmas características socioeconômicas, pontos essenciais para a análise que se propôs ir além dos ranqueamento de “cidades-verdes”. Tomando 2010 como ano base, foi elaborada uma metodologia para aferir se os espaços verdes urbanos estão situados em áreas de melhores índices socioeconômicos, sendo essa a hipótese da tese. Para investigá-la, analisouse a presença dos espaços verdes urbanos e sua relação com dados demográficos, assim como a correlação espacial entre o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS – IPEA, 2015). O método de correlação espacial utilizado foi a Autocorrelação Espacial Local pelo Índice de Moran. Destacase que a hipótese foi refutada em grande parte. Os espaços verde urbanos não estão concentradas majoritariamente em áreas com melhores índices sociais. Nas quatro RM o mais observado foi o contrário, sendo o cenário mais representativo aquele onde a vulnerabilidade social é alta, assim como a quantidade dos espaços verdes, uma vez que a periferia nas metrópoles tende ocupar espaços ainda não urbanizados em sua plenitude. A RIDE-DF e Entorno foi o único caso onde o cenário mais representativo corroborou à hipótese. O planejamento urbano da capital federal favoreceu a concentração dos espaços verdes em áreas centrais, como no Plano Piloto e regiões circunvizinhas. Retomando o cenário mais representativo, verifica-se que o problema maior não é a carência dos espaços verdes e sim a ausência de política para sua implantação como equipamentos urbanos, as quais são fundamentais para torna-los locais de interação, contemplação, lazer e cultura. Ante o exposto, quando os espaços verdes se concretizam como equipamentos urbanos tornam-se promotores do desenvolvimento sustentável nas cidades.