Tesis
Orogênese acrescionária na margem Norte do Cráton do São Francisco : a Faixa Sergipana
Fecha
2022-03-29Registro en:
ALMEIDA, Gabriela Menezes. Orogênese acrescionária na margem Norte do Cráton do São Francisco: a Faixa Sergipana. 2021. 113 f., il. Tese (Doutorado em Geologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Almeida, Gabriela Menezes
Institución
Resumen
A Faixa Sergipana está localizada na porção meridional da Província Borborema e é uma região
chave para o estudo dos processos atuantes na aglutinação do Supercontinente Gondwana
durante a Orogenia Brasiliana. Entretanto, ainda há muitas lacunas no conhecimento que
dificultam o entendimento de sua evolução geotectônica. Ao longo dos anos, diversos modelos
foram propostos para a formação da Faixa Sergipana: colagem de domínios litoestratigráficos
distintos, inversão de uma bacia de margem passiva e, mais recentemente, um ciclo de Wilson
completo. Nesta tese busco entender os processos tectônicos atuantes nesse orógeno por meio
de um estudo sistemático, abrangendo geofísica aérea, mapeamento estrutural detalhado,
petrografia e química mineral da Zona de Cisalhamento São Miguel do Aleixo, estrutura que limita
os domínios Vaza Barris e Macururé da Faixa Sergipana. Os dados obtidos apontam que um
modelo evolutivo acrescionário é o mais adequado para a evolução da Faixa Sergipana. Com
base na magnetometria, foi possível inferir que o domínio Poço Redondo é um provável
microcontinente que foi acrescionado à paleo-margem do São Francisco durante a colisão.
Esses dados apontam também a presença de dois prováveis limites entre terrenos
representados pelas zonas de cisalhamento São Miguel do Aleixo e Belo Monte-Jeremoabo e
uma região de alta intensidade magnética localizada no Complexo Arapiraca seria a provável
zona de sutura principal da colisão entre a Paleoplaca do São Francisco e o Superterreno
Pernambuco-Alagoas. O mapeamento estrutural detalhado reforça a importância da Zona de
Cisalhamento São Miguel do Aleixo como limite crustal. Além disso, indicadores cinemáticos e
arcabouço estrutural mostram que durante a colisão essa zona atuou como transpurrão, em que
a componente direcional teve papel maior do que a compressional. As assembleias minerais
encontradas para os domínios Vaza Barris e Macururé são distintas, indicando metamorfismo na
zona da clorita e granada, respectivamente. Para a zona da granada foram encontradas
temperaturas de até 564 °C. A deformação também atuou de maneira heterogênea através da
zona de cisalhamento. O Domínio Vaza Barris é interpretado como um cinturão de dobras e
cavalgamentos em foreland onde dominou deformação tipo rúptil-dúctil em regime tectônico thin
skinned com envolvimento de porções do embasamento. Já o Domínio Macururé foi deformado
ductilmente em provável regime tectônico thick-skinned. A justaposição desses domínios é
similar à estruturação do Orógeno Tasmanides, o que suporta a hipótese de orogênese
acrescionária para a Faixa Sergipana.