Tesis
Infraestruturas lineares e fragmentação de hábitat : análise da paisagem para modelagem espacial de linhas de transmissão
Registro en:
FRAGA, Giselle Bianca Silva. Infraestruturas lineares e fragmentação de hábitat: análise da paisagem para modelagem espacial de linhas de transmissão. 2019. 83 f., il. Dissertação (Mestrado em Ecologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Fraga, Giselle Bianca Silva
Institución
Resumen
Linhas de transmissão de energia são caracterizadas por contribuir para a fragmentação
de hábitat, sendo este um dos principais impactos da ação humana sobre a biodiversidade.
A fragmentação de hábitat pode ser definida como a ruptura da conectividade do hábitat
afetando a capacidade de dispersão das espécies. Podendo resultar em subpopulações
isoladas e vulneráveis a flutuações populacionais ou até mesmo em extinções locais. As
linhas de transmissão são submetidas à Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), que visa
prever os possíveis impactos socioambientais decorrentes da sua instalação e operação, e
avaliar a viabilidade ambiental do projeto. A modelagem espacial pode ser uma
ferramenta útil para a definição de opções locacionais de infraestruturas lineares, pois
permite conciliar diferentes fatores ambientais, sociais e econômicos. Contudo, em
relação à fragmentação de hábitat, este impacto é comumente mensurado apenas
quantificando a área de vegetação nativa a ser afetada pelo empreendimento, o que pode
levar a interpretações equivocadas, subestimando sua relevância. Assim, buscamos
incorporar à modelagem de linhas de transmissão uma análise sobre a conectividade da
paisagem, fundamentada pelos princípios da Ecologia de Paisagens. Para tanto, foi
selecionado como estudo de caso a Linha de Transmissão Xingu – Terminal Rio.
Aplicamos as métricas clustering, clustering coeficiente, node degree e razão-área. Para
a modelagem de um traçado alternativo, foi utilizada a ferramenta Least-cost Path
Analysis (LCPA), buscando conciliar fatores ecológicos, econômicos, sociais e critérios
de segurança operacional. A linha licenciada e o traçado modelado foram comparados
quanto ao custo ambiental, à extensão e à sinuosidade. O traçado modelado apresentou
menor custo para os cinco indicadores de custo utilizado. Os valores médios desses
indicadores não diferiram entre a linhas (licenciada e modelada). Quanto à sinuosidade e
à extensão, o traçado modelado excedeu o limite de variação definido como insignificante
em 9%. A partir dos resultados obtidos, verificamos que a adição dessa nova perspectiva
de análise resultou em um traçado otimizado, com menor custo ambiental.