Tesis
O ensinar e o aprender na configuração subjetiva do “ser” professor em tempos de pandemia da Covid-19
Fecha
2022-04-18Registro en:
LIMA, Mozaniel Mendes Pereira. O ensinar e o aprender na configuração subjetiva do “ser” professor em tempos de pandemia da Covid-19. 2021. 161 f., il. Dissertação (Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Lima, Mozaniel Mendes Pereira
Institución
Resumen
Reconhecendo as dificuldades e adversidades que em tempos de pandemia experimentam os
professores que têm lecionado usando as tecnologias digitais da informação e comunicação
(TDICs), realizamos uma investigação sobre as experiências docentes de ensinar e aprender em
tempos de suspensão das aulas presenciais na perspectiva cultural-histórica. O objetivo foi
compreender como os processos subjetivos gerados no ensinar e no aprender integram a
configuração subjetiva do “ser” professor em tempos de pandemia da COVID-19. Adotamos
como marco teórico a Epistemologia Qualitativa e a Teoria da Subjetividade de González Rey.
A pergunta norteadora foi: como o ensinar e o aprender na pandemia configuraram
subjetivamente o “ser” professor? A metodologia adotada foi a construtivo-interpretativa,
baseada na construção de informações durante o processo dialógico que ocorre entre o
pesquisador e o participante. A análise orientou-se pela elaboração de indicadores e hipóteses,
que foram gerados na interpretação das informações pelo pesquisador em todo o curso da
pesquisa, não apenas em um momento determinado entre a teoria e a empiria. Participaram da
pesquisa dois professores selecionados de uma escola particular do Distrito Federal da área de
Ciências da Natureza. Os resultados revelam que o ensino remoto emergencial é dispersivo e
traz desafios para além do domínio das tecnologias, envolvendo a vivência em um contexto de
isolamento social, a preocupação com questões de saúde pública e, consequentemente, o
surgimento de tensões emocionais, que podem ser disruptivas e criativas. Concluímos que o
ensinar e o aprender representam uma unidade sistêmica e dialética subjetivada pela forma
como os professores foram disruptivamente deslocados em processos de aprendizagem para o
ensino. É dizer que eles precisaram, solitariamente, aprender para ensinar porque os estudantes
já não se mostravam como antes, eram “avatares” e ícones que mitigavam o olhar e a emoção
típicos da comunicação social da sala de aula presencial. Isso nos levou a perceber a emergência
de um novo tipo de aprendizagem de ensinar-aprender durante a pandemia, no qual os sentidos
subjetivos, fruto da dimensão simbólica-emocional, estão subjetivados por movimentos
dialético e recursivos. Propomos que os estudos sigam aprofundando na compreensão do
desenvolvimento subjetivo de professores no uso recursivo das TDICs em tempos de
adversidades, com vistas a gerar outros modelos teóricos.