Tesis
Assinatura Geofísica da Ocorrência de Sulfeto Maciço da Formação Digo-Digo e Implicações para a Seleção de Alvos Potenciais no Greenstone Belt Serra de Santa Rita, GO
Fecha
2021-11-17Registro en:
AMARAL, Pedro Augusto Costa do. Assinatura Geofísica da Ocorrência de Sulfeto Maciço da Formação Digo-Digo e Implicações para a Seleção de Alvos Potenciais no Greenstone Belt Serra de Santa Rita, GO. 2021. 117 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Amaral, Pedro Augusto Costa do
Institución
Resumen
O Domínio Arqueano-Paleoproterozoico Crixás-Goiás (DCG) está situado na Província Tocantins, região centro-oeste do Brasil. Cerca de 80% do DCG corresponde a terrenos granito gnáissicos arqueanos e o restante do bloco consiste em sequências supracrustais distribuídas em cinco greenstone belts. Os principais depósitos epigenéticos de ouro do centro-oeste do Brasil estão hospedados nestes greenstone belts, e são representados pelos depósitos de Crixás (7 Moz), Pilar (0.7 Moz), Guarinos (6.5Moz) e Faina (aprox. 500Koz). Além dos depósitos epignéticos, ocorrências singenéticas de ouro, ferro, manganês e metais base são conhecidas, mas ainda são pouco estudadas. Na porção sul do DCG, está situado o greesntone belt Serra de Santa Rita (GBSSR), onde ocorrências de ouro associadas a sulfetos maciços são conhecidas desde 1970, quando a empresa METAGO realizou os primeiros programas de exploração na região. No GBSSR, a porção basal é constituída por rochas vulcânicas ultramáficas que caracterizam a Formação Manuel Leocádio, seguidas por rochas vulcânicas máficas da Formação Digo-Digo, que contém lentes de rochas vulcânicas de composição intermediária a félsica. No topo da formação ocorrem horizontes exalativos compostos de metacherts com intercalações de filitos carbonosos, ricos em pirita e ouro. O prospecto Digo-Digo está a 5km da Cidade de Goiás, e estima-se que suas lentes de metavulcanoclásticas de composições intermediárias possam hospedar uma diversidade de depósitos VMS. Atualmente, descobertas de depósitos VMS exigem análises e intepretações sofisticadas. Métodos geofísicos e seus modelos de inversão 2D e 3D são amplamente utilizados na identificação e imageamento de corpos de minério com características físicas contrastantes como no caso de depósitos VMS. A presente pesquisa utilizou os métodos de polarização induzida (IP), magnético e medidas de susceptibilidade magnética in situ, na identificação das assinaturas geofísicas e detecção direta de alvos associados a ocorrências de sulfetos maciços. Os resultados foram divididos em dois artigos. O primeiro apresenta dados de IP nos domínios do tempo e da frequência, sobre exposições do horizonte exalativo presentes na confluência do Córrego Digo-Digo com o Rio Vermelho. A integração de seções 2D de IP no domínio do tempo e da frequência em um modelo ternário RGB possibilitou a identificação de extensas zonas com potencial para mineralizações sulfetadas. A partir do modelo RGB foi proposto um modelo prospectivo onde identificou-se 4 potenciais alvos mais restritos em zonas geologicamente favoráveis para hospedar mineralizações. O segundo artigo apresenta inversões de dados magnéticos e de IP para detecção da assinatura geofísica de mineralizações em superfície ou reconhecidas por sondagem, e na geração de novos alvos. A partir de mapas magnéticos identificou-se que estruturas e lineamentos magnéticos apresentam localmente correlação com zonas mineralizadas inferidas em superfície. Medidas e modelos de susceptibilidade magnética demonstraram que zonas com valores acima de 0.003 Si podem ser prospectáveis para mineralizações associadas a sulfetos maciços, e a principal ambiguidade na interpretação desses dados pode ocorrer devido a magnetita-clorita xistos com valores de susceptibilidade similares aos dos sulfetos maciços. No modelo de inversão identificou-se 4 corpos com susceptibilidades superiores a 0.0049 SI que podem estar associadas a mineralizações. A mineralização previamente reconhecida por sondagem (GDD001), apresentou-se
marginalmente a uma zona com contrastes magnéticos (>0.003 SI) e elétricos (>40mVN) em
seções 2D, associado a uma anomalia com cerca de 900m de extensão em planta. A maior susceptibilidade magnética do dado (0.049 a 0.502 SI), apresentou geometria circular sendo interpretada como uma intrusão não aflorante, com possível participação nos processos metalogenéticos da área. Os métodos aplicados nesta pesquisa, demonstraram eficiência na detecção das mineralizações já conhecidas e de alvos associados as ocorrências de Au-Cu em superfície. A eficiência destes métodos na detecção e identificação dessas mineralizações, podem ter implicações diretas para seleção de alvos nas unidades basais dos greenstone belts do DCG