Tesis
Percursos americanos : figurações das mobilidades culturais em José María Arguedas, Milton Hatoum e Danny Laferrière
Fecha
2019-09-27Registro en:
SILVA, Ezilda Maciel da. Percursos americanos: figurações das mobilidades culturais em José María Arguedas, Milton Hatoum e Danny Laferrière. 2019. 186 f. Tese (Doutorado em Literatura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Silva, Ezilda Maciel da
Institución
Resumen
Por meio desta tese, propomos uma investigação sobre o tema das mobilidades culturais nas narrativas intituladas Os Rios Profundos (2005), Dois irmãos (2000) e País sem Chapéu (2011), respectivamente, de José María Arguedas, Milton Hatoum e Dany Laferrière. Esses textos são lidos com os aportes teórico-metodológicos da Literatura Comparada e dos Estudos Pós-coloniais, estabelecendo diálogo entre as reflexões de Homi Bhabha, Edward Said, Édouard Glissant, Mary Louise Pratt, P. Oulett, Julia Kristeva, Tania Carvalhal, Abdala Junior, Zilá Bernd, Maria Zilda Ferreira Cury, Marli Fantini, dentre outros de fundamental relevância a esse constructo. Com o auxílio desse apanhado crítico, no primeiro capítulo, mapeamos as (geo)grafias dessas três regiões, apontando para a arquitetura das obras como sendo a resultante dos movimentos e as (trans)migrações desses intelectuais pelas distintas geografias físicas e simbólicas do continente. No segundo capítulo, aproximamos, ficcionalmente, as paisagens andinas amazônicas e haitianas, buscando identificar as marcas próprias e alheias no espaço dessas três regiões; no terceiro, propomos a análise das línguas, examinando de que maneira os narradores figuram as errâncias e percursos dos imaginários por elas difundidos; por fim, no quarto capítulo, cartografamos os espaços entre-lugares do narrar de ORP, DI e PSC, analisando como os narradores mediadores conectam essas geografias na tessitura de suas vozes, agenciando os imaginários americanos. Como lugares de passagens heterogêneas, essas três narrativas aproximam, culturalmente, as regiões brasileira/peruana/haitiana, propiciado o autoconhecimento de nossas diversidades. Tem-se, assim, como as mobilidades disseminam culturas e instauram a poética do movimento, cultivada para viabilizar as trocas, fluxos e subjetividades de histórias continentais.