Tesis
Caracterização mineralógica do processo de beneficiamento do minério de nióbio da mina Boa Vista, Catalão-GO, Brasil
Fecha
2022-04-04Registro en:
RAMOS, Giseli Silva. Caracterização mineralógica do processo de beneficiamento do minério de nióbio da mina Boa Vista, Catalão-GO, Brasil. 2021. 94 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Ramos, Giseli Silva
Institución
Resumen
O Brasil é o maior produtor mundial de nióbio e os principais depósitos econômicos
estão nos complexos plutônicos da Província Ígnea do Alto Paranaíba (APIP), como em Araxá,
Minas Gerais e Catalão, Goiás. No Complexo Alcalino Carbonatítico de Catalão II a lavra é
realizada em rocha fresca no depósito da Mina Boa Vista, constituído por diques de nelsonito
e carbonatito encaixados em rochas pré-cambrianas da Faixa Brasília, intensamente fenitizadas.
Os tipos de rochas predominantes são fenito 1, fenito 2, carbonatito 1, carbonatito 2, picrito,
nelsonito 1 e nelsonito 2, as duas últimas constituindo os principais hospedeiros diretos da
mineralização de nióbio. Esse conjunto de litotipos foi caracterizado por petrografia e
microscopia eletrônica de varredura, evidenciando a grande diversidade mineralógica e
petrográfica do Complexo Alcalino Carbonatítico de Catalão II.
Amostras referentes à pilha de homogeneização das usinas de beneficiamento mineral
de nióbio foram submetidas à análise química, difração de raios X (combinada a refinamento
estrutural pelo método de Rietveld) e testes de caracterização tecnológica padrão. No total,
foram analisadas 79 amostras compostas, que são referentes aos anos de 2019 e 2020, com o
objetivo de abranger uma ampla distribuição das características mineralógicas das pilhas que
alimentam as usinas.
Em geral, a mineralogia das pilhas analisadas contém vinte e uma fases minerais e exibe
uma assinatura média composta por calcita (23%), seguida pelo grupo da mica (22%), grupo
do feldspato (15,3%) e dolomita/ankerita (11,3%). Outros minerais de destaque foram a
magnetita, apatita, anfibólio, barita, quartzo, ilmenita, rutilo, anatásio e outros carbonatos
acessórios (siderita, norsetita e estroncianita). O mineral de minério de nióbio, pirocloro,
constitui em média 2,2% no teor das pilhas. Em complemento, constatou-se que a técnica de
difração de raios X é simples, rápida, de baixo custo e adiciona importantes informações para
o processo de concentração mineral.
Assim como foi caracterizado o material de entrada da usina também foi estudado em
detalhe, por microssonda eletrônica (EPMA-WDS), o pirocloro no concentrado final de
pirocloro. Sua composição química indica que o mineral pertence ao grupo do pirocloro, com
predomínio de Ca e Na no sítio A. Esse dado apoiou a reconciliação química do elemento de
interesse (Nb2O5) com os dados obtidos por difração de raios X.
Reconhecer a composição mineralógica é relevante pois fornece à equipe de produção
uma ótima ferramenta de previsibilidade mineral, e dá a oportunidade de definir os melhores
parâmetros de processo, em conjunto com outras variáveis de processo.
Atualmente ter a informação da composição mineralógica que irá alimentar as usinas é
fundamental para o aproveitamento do minério de nióbio de forma eficiente, visto que
proporciona à empresa reconhecer a variabilidade do material na entrada nas usinas, e suporta
a definição coerente dos parâmetros que serão imprescindíveis na otimização do processo de
concentração mineral.