Tesis
Preservando o edifício moderno : Congresso Nacional
Fecha
2020-07-01Registro en:
CASTRO, André Luiz de Souza. Preservando o edifício moderno: Congresso Nacional. 2020. xv, 339 f, il. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Castro, André Luiz de Souza
Institución
Resumen
A presente tese trata da preservação do edifício moderno, com o objetivo de realizar uma reflexão crítica a partir da prática dos arquitetos nessa atividade, com ênfase nos aspectos conceituais e metodológicos envolvidos. Primeiramente, foi necessário circunscrever o campo patrimonial, com relação a suas disposições teóricas e técnicas, suas estruturas sociais e seus agentes e, assim, identificar categorias próprias e representativas da prática. Em seguida, a preservação do Palácio do Congresso Nacional, em
Brasília/DF, projeto de Oscar Niemeyer construído entre 1957 e 1960 foi escolhida como a experiência prática que me permitiria problematizar a questão, não apenas por ser uma das obras de maior relevância na arquitetura moderna, mas por reunir um corpo de profissionais plenamente inserido no campo patrimonial. A pesquisa de cunho qualitativo, inspirada em práticas etnográficas, levou-me a reconhecer
que o edifício patrimonial é, primordialmente, um objeto político, onde diversas forças incidem para fazer prevalecer os interesses dos agentes, sejam eles pessoas ou instituições, estabelecendo para a preservação um arranjo com disposições mais subjetivas do que objetivas. Nesse cenário, identifiquei dois vetores patrimoniais relacionados à maneira com a qual os agentes, especificamente os arquitetos, abordam o edifício, planejam e praticam a preservação: o vetor prospectivo, fundamentado na percepção
do edifício desde o projeto em direção à situação concreta presente; e o vetor retrospectivo, que trilha o caminho inverso, da atualidade à concepção. Esses vetores, por um lado, são decorrentes de posições
conceituais dos agentes no campo patrimonial e no campo da arquitetura, e por outro, trazem consequências para a própria conservação do edifício, oscilando as intervenções entre a permanência de valores culturais e as transformações necessárias para seu uso. Desta maneira, ao menos três
desafios precisam ser enfrentados, dialogicamente, no processo de preservação do edifício moderno: lidar com a intersubjetividade e a condição do bem como objeto político; equacionar diferentes posições
teóricas dos arquitetos envolvidos; e estabelecer o equilíbrio entre preservação e arquitetura, entre permanências e transformações.