Tesis
De escola e to'cü : dois conselhos ticunas e quatro políticas
Fecha
2022-03-17Registro en:
DIAS, Leopoldo Barbosa. De escola e to'cü: dois conselhos ticunas e quatro políticas. 2021. 173 f., il. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Dias, Leopoldo Barbosa
Institución
Resumen
O povo ticuna é, segundo categorias e números do Censo IBGE 2010, o povo indígena com
maior população e com maior número de falantes de sua própria língua vernácula no Brasil, com
baixa dispersão territorial, étnica e linguística em comparação com os demais povos originários
e suas línguas. Ao mesmo tempo, etnografias e indígenas apontam para a grande divisão,
fragmentação e disputa na organização política do povo ticuna. Esta dissertação traz os
resultados de pesquisa bibliográfica sobre a seguinte questão: como uma “divisão” tão grande
resultou numa situação demográfica tão densa? Diferente de outros povos de famílias
linguísticas pano, arauak e tupi, a organização social ticuna não implicou em dispersão territorial
e na multiplicação em diversos povos. A dissertação percorre a análise dos seguintes aspectos:
i) a união e coesão num mesmo território em diferentes situações históricas; ii) os usos e
transformações das formas rituais e religiosas para a história das comunidades; iii) a política e a
força das mulheres na transmissão da língua, na formação da pessoa, na conformação das
famílias e, portanto, na produção do povo ticuna; iv) a união e luta das lideranças através das
associações e organizações indígenas; v) a luta pela educação escolar e seus problemas atuais.
Saímos desse percurso com três conclusões sobre a relação entre a “divisão”/união ticuna e
suas relações com os brancos: i) a recusa do inimigo como central para o pensamento e a
organização social; ii) a importância de processos ritualizados da produção de pessoas/coletivos,
por mulheres e lideranças; iii) a necessidade de atenção em relação aos direitos indígenas e às
políticas/ações indigenistas correspondentes para a efetivação desses direitos e, assim, para a
organização social indígena.