Tesis
Autofagia não canônica em macrófagos infectados com isolados clínicos de Cryptococcus neoformans do Distrito Federal
Fecha
2019-07-10Registro en:
GORGONHA, Kaio César de Melo. Autofagia não canônica em macrófagos infectados com isolados clínicos de Cryptococcus neoformans do Distrito Federal. 2018. 69 f., il. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Gorgonha, Kaio César de Melo
Institución
Resumen
A criptococose é uma micose sistêmica causada por fungos do gênero Cryptococcus que acomete principalmente pessoas com Aids. A principal manifestação clínica da doença é uma meningoencefalite severa. O tratamento desta doença é baseado atualmente em drogas intravenosas bastante tóxicas ou caras, que necessitam de internação hospitalar para administração e requerem acompanhamento laboratorial constante para manejo dos efeitos colaterais. Apesar da existência deste tratamento, se estima que aproximadamente 80% dos 223 mil casos anuais da doença levem à morte. Há evidências de que a infecção pelo fungo ocorra em todas as pessoas durante a infância; o que parece determinar a doença, portanto, é o surgimento de imunossupressão da resposta imunitária celular, o que indica que novas terapias possam ser criadas com alvo na resposta imunitária do hospedeiro. Um dos mecanismos possíveis para manipulação com fins terapêuticos da resposta do hospedeiro é a autofagia, um processo de reciclagem de material intracelular que tem sido demonstrado em experimentos in vitro e em modelos animais como importante também na resposta imunitária a fungos. Tendo em vista essa possibilidade de manipulação da autofagia, é necessário determinar se a autofagia é importante também na resposta imunitária humana, assim como os mecanismos pelos quais a autofagia exerce atividade antifúngica e como Cryptococcus evade da resposta autofágica. Para estudar o papel da autofagia na interação patógeno-hospedeiro da criptococose, nós utilizamos uma coleção de isolados clínicos de C. neoformans obtidos como parte do trabalho da Rede Criptococose Brasil no DF (RCB-DF). Esses isolados foram utilizados em testes in vitro para determinação de sua capacidade de evasão da autofagia do hospedeiro. Os resultados foram correlacionados com dados clínicos dos pacientes dos quais os isolados foram obtidos. Devido possivelmente ao grande número de isolados que seriam necessários para detectar diferenças, não conseguimos observar nenhuma. No entanto, correlações com outros fenótipos desses isolados trouxeram dados muito importantes sobre como C. neoformans causa doenças. Entre eles, o mais importante é a relação direta entre a capacidade de melanização de um isolado e sua capacidade de evadir da autofagia do hospedeiro, o que sugere um novo papel para a melnanina de C. neoformans: evadir da resposta autofágica.