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Efeitos da equalização tributária regional/setorial no Brasil : uma aplicação de equilíbrio geral dinâmico
Fecha
2020-07-01Registro en:
OLIVEIRA, João Maria de. Efeitos da equalização tributária regional/setorial no Brasil: uma aplicação de equilíbrio geral dinâmico. 2020. 137 f., il. Tese (Doutorado em Economia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Oliveira, João Maria de
Institución
Resumen
A alta carga tributária brasileira e sua complexidade tem merecido crescente atenção dos estudos
econômicos. Diversas propostas de reforma tributária do sistema de tributos sobre o consumo de bens
e serviços foram formuladas. A motivação principal para a mudança é a hipótese de que ele distorce a
estrutura produtiva levando à alocação incorreta de recursos, gerando perdas de eficiência. Este
estudo analisou os impactos econômicos nas dimensões regionais e setoriais de mudanças no sistema
de cobrança desses impostos com o objetivo de confirmar essa hipótese. Utilizando modelo de EGC
dinâmico com migração laboral e espacial, realizou simulações para vinte anos em cenários
contrafactuais à linha base da economia para obter resultados dos impactos em cada cenário sobre
PIB, emprego e produtividade. Para alimentar o modelo, utilizou-se dados mundiais de comercio e
estimou-se, de forma inédita, a matriz insumo-produto regional brasileira a partir dos dados da Nota
Fiscal Eletrônica. Também se estimou a matriz de fluxo migratório laboral intersetorial e inter-regional.
Os resultados das simulações mostram que há ganhos alocativos relevantes de produção e de
produtividade com a mudança da sistemática tributária para um tributo único, com alíquota única
incidente sobre o valor adicionado, quando se utiliza alíquota que garante o nível de arrecadação atual.
Uma alíquota um pouco abaixo desse valor provoca ganhos ainda maiores e a transição realizada em
dez anos permite melhor realocação que a realizada em seis. Não há variação positiva ou negativa
acima de 1%. Porém, há expressivos ganhos de produtividade em alguns setores e UFs. Os setores
que mais produzem ganhos são a Indústria de transformação e a Distribuição de água e energia com
efeitos positivos na maior parte das UFs. Os setores que mais perdem são a Agropecuária e
Hospedagem e alimentação. Dentre as UFs que mais ganham estão São Paulo, Acre e Amazonas. As
que mais perdem são o Distrito Federal, Roraima, Amapá e Pernambuco. A maioria das UFs ganham
em uns setores e perdem em outros, mas a maioria tem saldo positivo. Os resultados obtidos mostram
que a mudança deve ser avaliada considerando a eficiência alocativa e não apenas a arrecadação e o
balanço fiscal.