dc.description.abstract | Esta tese analisa a correferencialidade nas construções relativas restritivas e apositivas na
Língua de Sinais Brasileira (LSB). O corpus foi constituído por dados produzidos em LSB por
participantes que se identificam como surdos (o que foi comprovado por exame de audiometria)
e que utilizam a LSB como meio principal de comunicação. A coleta de dados compreendeu a
preparação do input, por meio de imagens organizadas em slides contendo duas informações
sobre um mesmo referente. Foi solicitado às participantes que produzissem uma única
sentença, combinando as duas informações em relação a esse referente. As produções foram
gravadas em vídeo, as imagens correspondendo à articulação de cada sinal foram congeladas
para análise e as sentenças foram registradas por meio do Sistema de Escrita de Línguas de
Sinais – SEL. Para a análise formal dessas construções relativas, partimos dos seguintes
postulados teóricos: (i) existe uma relação necessária entre o DP antecedente e o tipo de
oração relativa – restritiva ou apositiva ( SMITH, 1964); (ii) as relativas são estruturas de CPs
que complementam um DP da oração matriz, produzindo a estrutura D0CP ( KAYNE, 1994); (iii)
nas relativas-that, o pronome relativo nasce já na posição nuclear C0 e pode ser nulo ( KAYNE,
1994); (iv) na Língua de Sinais Alemã (do alemão, DSG), as relativas são estruturas com
núcleo nominal externo, que não pertence ao escopo da marcação não-manual que introduz a
relativa, enquanto na Língua de Sinais Italiana (do italiano, LIS) são estruturas com núcleo
nominal interno, o qual, nas restritivas, exerce papel de sujeito na matriz e na relativa, e, nas
apositivas, exerce papel de objeto na matriz e na relativa; e (v) na LSB, as relativas não
apresentam um elemento que funcione como morfema relativo ( PRADO, 2014 ; PRADO,
NAVES e LIMA-SALLES, 2018), assim como as relativas apositivas em DGS e as restritivas e
apositivas em LIS ( PFAU, 2016). Segundo a análise desenvolvida nesta tese, compreendemos
que as construções relativas restritivas e apositivas apresentam a mesma estrutura sintática,
mas com propriedades distintas no que se refere ao traço suprassegmental que marca a
distinção entre restritivas e apositivas e que, possivelmente, tem relação com a propriedade
das primeiras de restringir o referente, o que pode ser interpretado como uma espécie de foco,
em oposição à marcação de pausa inicial e final nas relativas apositivas. Consideramos que
essas diferenças são a expressão da relação de (in)definitude entre o D0 e o CP, interpretadas
em Forma Lógica – uma hipótese a se confirmar em trabalhos futuros. | |
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