Tesis
Avaliação da capacidade antitumoral de nanopartículas lipídicas sólidas contendo docetaxel em células de carcinoma de ovário sensíveis e resistentes in vitro
Fecha
2018-05-29Registro en:
ANDRADE, Barbara Yasmin Garcia. Avaliação da capacidade antitumoral de nanopartículas lipídicas sólidas contendo docetaxel em células de carcinoma de ovário sensíveis e resistentes in vitro. 2018. xviii, 103 f., il. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Andrade, Barbara Yasmin Garcia
Institución
Resumen
O câncer epitelial de ovário aparece como o tipo de câncer ginecológico com maior mortalidade em todo o mundo. Atualmente, o tratamento padrão é baseado na combinação de cisplatina com um taxano, porém tem como principal obstáculo para sua eficiência o desenvolvimento de resistência aos tratamentos pelas células tumorais. O docetaxel é um importante antineoplásico hidrofóbico amplamente utilizado na clínica no tratamento de tumores como mama, ovário, próstata e outros.Entretanto, sua toxidade sistêmica é alta devido ao solvente utilizado na administração, o Tween 80, responsável por agravar os efeitos adversos e provocar reações alérgicas. A associação do docetaxel com nanopartículas lipídicas sólidas mostra-se como uma opção para diminuir os problemas relacionados à aplicação biológica do docetaxel, pois permite um maior nível de absorção pelas células tumorais, além de protegê-lo da degradação dentro do organismo antes que chegue ao alvo. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antitumoral de duas formulações de nanopartículas lipídicas sólidas (NLS) associadas ao docetaxel (DTX) nas linhagens de carcinoma de ovário humano sensível A2780 e resistente ao docetaxel A2780-MDR#2 e A2780-MDR#3. Para obtenção das linhagens resistentes A2780-MDR#2 e A2780-MDR#3 foi feito a transdução das células A2780 com VLP contendo o plasmídeo retroviral com gene MDR (pHaMDR). As linhagens obtidas possuem morfologia alterada, com células maiores e crescimento em colônias, características diferentes da linhagem parental e apresentam sensibilidadereduzida ao DTX. Foi avaliado a ação citotóxica de três nanoformulações: (1) NLS-BRANCA, para verificação da citotoxidade do sistema; (2) NLS-DTX-1, formulação contendo 1 mg/mL de docetaxel; (3) NLS-DTX-2, formulação contendo 2 mg/mL de docetaxel. Como controle positivo foi utilizado o DTX livre. Com os resultados obtidos foi possível observar que as NLS-DTX-1 e NLS-DTX-2 possuem atividade citotóxica a partir de 10 ng/mL nos tempos de tratamento de 24, 48 e 72 horas e seu veículo, a NLS-BRANCA, não apresentou toxicidade significativa tanto na linhagem tumoral sensível (A2780) como nas resistentes à docetaxel (A2780-MDR#2 e A2780-MDR#3). Por microscopia de luz foi possível visualizar que o tratamento com as NLS-DTX alterou a morfologia das células A2780, tornando-as arrendondadas e menores, além de desorganizar o citoesqueleto das células, causando danos aos microtúbulos, fato esse observado por microscopia confocal a laser. Esses danos a morfologia e ao citoesqueleto se dá pela atividade estabilizadora de microtúbulos de docetaxel, o que promove a desorganização do citoesqueleto. Foi avaliado a capacidade clonogênica das células A2780 após 24 horas de tratamento com as NLS-DTX e foi visto que as células não foram capazes de se proliferar e formar colônias como ocorre naturalmente a essa linhagem. A atividade antimitótica de DTX presente nas formulações foi observada pelo impedimento da progressão do ciclo celular em G2/M. A interrupção do ciclo celular levou as células A2780 a morte celular. Portanto, com esse trabalho foi possível concluir que a associação de DTX com o nanossistema NLS é eficiente pois mostrou ação citotóxica em células de carcinoma de ovário sensíveis e resistentes à docetaxel, além de preservar a atividade antimitótica característica do fármaco.