dc.description.abstract | Esta tese teve como objetivo geral examinar se, no Brasil, os fundos de pensão estão
configurados para garantir a proteção previdenciária dos segmentos de trabalhadores que
estão vinculados àqueles. Como perspectiva teórico-metodológica adotou-se o
materialismo histórico-dialético. Atribuiu-se relevância aos fundamentos da crítica
marxista da economia política, o que permitiu problematizar o papel sócio-histórico dos
fundos de pensão no cenário contemporâneo da acumulação capitalista, constituído pela
crise e mundialização do capital. Como instrumentais metodológicos, utilizaram-se a
revisão bibliográfica e dados empíricos. Demonstrou-se, por meio da análise, que o
Estado brasileiro é o principal impulsionador da expansão monetária dos fundos de
pensão no país, com destaque para a contrarreforma da previdência social, que abre
espaço para a atuação desses agentes privados. O fundo público impulsiona, diretamente,
o setor, com base nos fundos de empresas estatais e aqueles criados por entes federados.
Esses fundos também são credores do fundo público e se beneficiam do pagamento dos
encargos da dívida, bem como de renúncias tributárias. Verificou-se que o
direcionamento das aplicações dos ativos financeiros se concentra em ações e títulos
públicos e, por meio delas, esses fundos contribuem para a valorização do valor. Por
intermédio do capital acionário, participam de conselhos de administração de empresas e
de processos decisórios que intensificam a exploração da força de trabalho. Por meio dos
títulos públicos, esses investidores institucionais pressionam o ente estatal para a adoção
da política macroeconômica ortodoxa e do ajuste fiscal permanente. Observou-se que os
planos de benefícios são de caráter restritivo, pois subordinam as aposentadorias às
oscilações dos mercados financeiros. Revelou-se que as empresas patrocinadoras são
grandes beneficiárias dos fundos de pensão, pois, além de terem isenções fiscais
garantidas pelo Estado, detêm o controle dos conselhos deliberativos e são protagonistas
do processo decisório acerca das aplicações financeiras desses fundos. O percurso
investigativo contemplou a situação dos trabalhadores prejudicados pelas liquidações
extrajudiciais de fundos brasileiros, as quais ensejaram a perda das poupanças
acumuladas nesses fundos, cujo maior exemplo, no Brasil, foi o caso do Instituto Aerus.
Ademais, problematizaram-se os planos de equacionamentos de déficits, por meio dos
quais trabalhadores dos Correios e da Petrobrás foram chamados a pagar, com
contribuições adicionais que capturam grandes parcelas de seus salários, pelos resultados
negativos das aplicações feitas pelos gestores dos seus fundos. Concluiu-se que esses
fundos são regidos por uma dinâmica de funcionamento predominantemente financeira,
a qual não tem relação com proteção previdenciária, pois beneficia os capitais, as
empresas patrocinadoras e acarreta prejuízos aos trabalhadores. | |
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