Tesis
Relação professor-aluno : mediações do ensino-aprendizagem nos anos finais do ensino fundamental de uma escola pública do DF
Fecha
2020-12-17Registro en:
LUNA, Guilherme Pamplona Beltrão. Relação professor-aluno: mediações do ensino-aprendizagem nos anos finais do ensino fundamental de uma escola pública do DF. 2020. 189 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Luna, Guilherme Pamplona Beltrão
Institución
Resumen
A partir de referências crítico-dialéticas, esta pesquisa teve como objetivo geral analisar a relação professor-aluno e as mediações do ensino-aprendizagem nos anos finais do Ensino Fundamental de uma escola em ciclos da rede pública de ensino do Distrito Federal. Como desdobramento, foram traçados estes objetivos específicos: discutir a relação professor-aluno retratada em documentos e orientações da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal e da escola pesquisada; compreender a constituição dessa relação na aula de turmas de anos finais do Ensino Fundamental e discutir as mediações do ensino-aprendizagem, bem como os sentidos e significados constituídos por professores e alunos sobre a relação professor-aluno. Esta pesquisa, de abordagem qualitativa, com método dialético, primou pela articulação da teoria com a prática, visto que, na sua singularidade, a relação pedagógica só pode ser apreendida nas suas múltiplas determinações, como uma totalidade em totalidades maiores, como a escola e a organização social. Para aprofundar as interpretações sobre a realidade na qual professores e estudantes estão situados, realizou-se um estudo de caso do tipo observacional (TRIVIÑOS, 2015). A pesquisa empírica foi realizada em uma escola pública organizada em ciclos desde 2016, localizada no Guará, Distrito Federal. Para o levantamento de dados, foram utilizados: análise de documentos; pesquisa piloto com 137 estudantes de 9° ano do Ensino Fundamental; observação de 24 horas de aulas dos componentes curriculares Língua Portuguesa, Matemática, História e Ciências Naturais; entrevistas semiestruturadas com os quatro professores cujas aulas foram observadas; e grupos focais com 30 estudantes de 9° ano. As narrativas das entrevistas e dos grupos focais foram organizadas por meio dos núcleos de significação para apreender significados e sentidos acerca dessa relação. As análises documentais e as observações foram trianguladas com as narrativas, articulando a teoria com a empiria, reconstituindo essa relação na concreticidade da aula. O referencial teórico contemplou, principalmente, Saviani (2013); Freitas (2008) e Veiga (2008). Das análises apreenderam-se as determinações sociais, econômicas, pedagógicas, históricas, culturais e sistêmicas que podem impor os limites e, também, as possibilidades para a formação discente e o alcance dos objetivos de aprendizagem. Como limites evidenciaram-se o forte enquadramento didático; o contrato didático numa perspectiva pragmática; o ensino expositivo e repetitivo; a dicotomia do trabalho didático-pedagógico, que reproduz o conhecimento de forma linear e abstrata; as concepções e práticas avaliativas seletivas e classificatórias; o uso da coordenação pedagógica com foco em questões disciplinares e comportamentais. E, por fim, das análises, também depreende-se como determinações que ampliam as possibilidades para a aprendizagem: a abertura ao diálogo; o uso de uma linguagem direta e tranquila pelo professor; a diferença geracional, que provoca compartilhamento de experiências e formas de ver o mundo; a referência do ser docente, que inspira e motiva os estudantes; a reciprocidade entre professor-aluno; a mediação do conhecimento pelo professor; a força da relação grupo-turma, que pode produzir coesão e identidade coletiva; a equipe gestora, ao valorizar a autonomia e a convivência entre os sujeitos; e a problematização das relações de poder, submissão e coerção, tanto na escola quanto na sociedade.