Tesis
Icnofósseis e Paleorraízes do Grupo Bauru, Cretáceo Superior, do Sudeste do Brasil
Fecha
2020-10-22Registro en:
MINEIRO, Adriano Santos. Icnofósseis e Paleorraízes do Grupo Bauru, Cretáceo Superior, do Sudeste do Brasil. 2018. 106 f., il. Tese (Doutorado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Mineiro, Adriano Santos
Institución
Resumen
Esse trabalho apresenta e discute o significado de novos icnofósseis e fósseis de
fungos associados a rizólitos em rochas do Grupo Bauru, com ênfase nas formações Adamantina
e Marília, onde apresentamos os icnofósseis até então inéditos. É descrita a presença de um
aglomerado de glomerosporos encontrado em um afloramento na Formação Marília,
apresentando excepcional estado de preservação, com morfotipo entrofosporoide. Estes fungos
ocorrem em um filamento micélico associados a um molde de raiz. Sua morfologia é similar aos
espécimes atuais Acaulospora colombiana e Archaeospora schenckii. É feita uma interpretação
com associação de icnofósseis de invertebrados para o transporte destas micorrizas no
ambiente, que indica a provável ocorrência de micorrizas em outras regiões da Formação Marília;
e uma análise de uma possível causa de preservação com base na precipitação de calcita. Essas
características e novos estudos, provavelmente indicarão novas ocorrências e estudos com
isótopos de C podem revelar a proveniência da calcita encontrada. Essa pesquisa também
apresenta uma visão tafonômica com base em icnofábricas relacionadas a dois conjuntos
distintos de ossos de Baurusuchidae (Crocodylomorpha) da região de Jales-SP. O primeiro
apresenta uma cauda e parte de ossos da cintura pélvica que, além da concentração da
icnofábrica Taenidium barretti, também apresenta bioerosões nas placas dérmicas. O segundo
espécime é composto por tíbia e fíbula, onde é mostrado um caso de desarticulação por presença
da icnofábrica e outros icnofósseis, onde também é discutida a relação de Taenidium barretti
com predação/consumo de ossos. Além disso, são apresentados os resultados de experimentos
de decomposição, onde é relacionada a possibilidade de a ilha de decomposição ajudar na preservação de esqueletos. Com esses estudos, foi possível dizer que os icnofósseis em sua
maioria ali encontrados estão relacionados ao processo de decomposição dos animais. E é
apresentado um artigo publicado, onde são analisados os icnofósseis e icnofábricas de dois
afloramentos do Membro Serra da Galga (Formação Marília, Cretáceo Superior), no Município
de Uberaba, Estado de Minas Gerais no Sudeste do Brasil. O primeiro é caracterizado por
depósitos fluviais (rios entrelaçados) e paleossolos com um conjunto de icnofábricas compostas
por: rizobioturbação, rhizohalo-Skolithos, Skolithos, Taenidium, e Skolithos-Taenidium barretti; e
o segundo apresenta uma maior influencia de deposição aluvial e é caracterizado pela ocorrência
de tocas de crustáceos (decápodes) descritos como Thalassinoides-like. Uma reavaliação das
perfurações Asthenopodichnium nos “pseudo-coprólitos” também é discutido. A icnofácie
Scoyenia é sugerida como sendo a mais representativa para os depostos sedimentares do
Membro Serra da Galga em Uberaba. Sendo essas descobertas importantes para o
entendimento dos paleoambientes e da paleoecologia do Cretáceo brasileiro.