Tesis
Consequências da rinosseptoplastia na percepção olfatória
Fecha
2019-06-13Registro en:
KOKUBO, Luciana Carolina Peruzzo. Consequências da rinosseptoplastia na percepção olfatória. 2018. xi, 38 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Kokubo, Luciana Carolina Peruzzo
Institución
Resumen
Introdução: O traumatismo decorrente da rinosseptoplastia pode causar hiposmia e até mesmo anosmia, embora o sintoma seja temporário na maioria dos casos. Muitos pacientes que procuram realizar cirurgia estética no nariz não referem queixas funcionais e possuem olfato normal previamente à cirurgia. A diminuição do olfato, mesmo que temporária, pode diminuir a satisfação do paciente com o procedimento. Raramente, a anosmia pode ser permanente após a rinosseptoplastia, causando resultado desastroso para o paciente previamente saudável. Existem poucos estudos que avaliaram os efeitos da rinosseptoplastia na função olfatória. Objetivos: Verificar se ocorrem alterações significativas no olfato após a operação de rinosseptoplastia. Secundariamente, avaliar se as variáveis da presença de desvio de septo nasal obstrutivo, rinite alérgica e técnica cirúrgica aberta ou fechada se relacionam com a variação do olfato no pós-operatório. Materiais e Métodos: Estudo longitudinal observacional prospectivo realizado entre janeiro e dezembro de 2017, em um único Hospital escola, de nível terciário. Foram incluídos, por amostra de conveniência, 34 pacientes com mais de 18 anos, sem grandes alterações nasais preestabelecidas, que estavam alocados em uma lista de espera para operação de rinosseptoplastia. Para avaliação do olfato, foi aplicado o Teste de Identificação do Olfato da Universidade da Pensilvânia – UPSIT e autoavaliação por escala visual analógica – EVA, previamente à operação, 4 e 12 semanas após o procedimento. Resultados: Dos 34 indivíduos incluídos no estudo, 29 (85%) eram mulheres e 5 (15%) eram homens, com média de idade de 31 anos (DP + - 9,96). 10 pacientes (29,4%) referiam sintomas compatíveis com rinite e 17 (50%) possuíam desvio de septo obstrutivo. A rinosseptoplastia aberta foi realizada em 25 (73,5%) pacientes. As médias do teste UPSIT, após 4 e 12 semanas de operação, não foram estatisticamente diferentes daquelas do pré operatório (p=0,59 e 0,16 respectivamente). Os resultados foram semelhantes, quando usado a EVA para comparar o pré operatório com o pós operatório de 4 semanas (p=0,62), porém houve melhora do olfato ao se comparar o pré operatório com o pós operatório de 12 semanas (p=0,007). Ao estudar as variáveis: presença ou não de rinite, desvio de septo e técnica operatória com o escore do UPSIT, nenhuma das variáveis se mostrou estatisticamente associada nos tempos estudados (p> 0,05). Comparando essas variáveis com a autoavaliação, a única diferença significativa encontrada foi que os 9 pacientes submetidos à técnica fechada avaliaram melhor o olfato após 12 semanas do que os 25 pacientes submetidos a técnica aberta (p = 0,0067). Conclusão: A rinosseptoplastia não diminuiu a capacidade olfatória 4 e 12 semanas após a operação, e até mesmo melhorou a percepção de odores após 12 semanas. As variáveis desvio de septo e rinite não influenciaram nos resultados. Os pacientes submetidos à técnica cirúrgica fechada apresentaram um melhor desempenho na EVA após 12 semanas de pós-operatório, quando comparados com os submetidos a técnica aberta.