Tesis
A informação como o conhecimento registrado
Fecha
2017-10-24Registro en:
CORREIA, Mara Cristina Salles. A informação como o conhecimento registrado. 2017. 253 f., il. Tese (Doutorado em Ciência da Informação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Correia, Mara Cristina Salles
Institución
Resumen
A presente tese de doutorado analisa a diversidade conceitual do termo ‘informação’ como objeto de estudo da Ciência da Informação original − aquela ciência derivada das bases teóricas herdadas da Arquivologia, Biblioteconomia, Museologia − para propor um conceito de informação que atue como referência para a Ciência da Informação. Apresenta-se um percurso histórico da informação desde os primórdios da humanidade – incluindo a criação da mente, da linguagem oral, da linguagem escrita e a análise da Teoria do Símbolo (Nobert Elias) – até a leitura para a construção do conhecimento (Ranganathan e Buzan). A pesquisa, por meio da literatura especializada em Ciência da Informação, evidencia a pluralidade de conceitos e a importância da materialidade da informação sem a qual não seria possível a atuação das propriedades da informação (criação, coleta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão, transformação e uso). Utiliza-se a metodologia da revisão bibliográfica para o levantamento dos conceitos de informação, no âmbito da Ciência da Informação, bem como a identificação de quem elaborou esses conceitos (perfil biográfico dos/das elaboradores/as) e as características das publicações nas quais são mencionados esses conceitos. Utiliza-se uma base metodológica exploratória e descritiva acerca dos conceitos, elaboradores/as e publicações − análise quantitativa e qualitativa. Na análise dos dados, verifica-se que os termos recorrentes na descrição dos conceitos de informação são ‘Informação’ e ‘Conhecimento’; a publicação de obras em que ocorrem os conceitos de informação atingiram o ápice nas décadas de 1970 e 1990; a maior parte das publicações se refere a artigos, estão publicadas na língua inglesa e são de autoria única. Os/As elaboradores/as são em grande parte de origem americana e estão relacionados/as às diversas áreas de conhecimento. Um recorte de gênero é proposto e observa-se que foram poucas as mulheres que conceituaram a informação, e a violência simbólica, enfatizada por Bourdieu, pode ser a explicação para tal constatação. A maior parte das elaboradoras do conceito é de nacionalidade brasileira, com maior publicação do conceito de informação para o período de 2000-2009. As áreas de conhecimento predominantes dessas elaboradoras estão relacionadas a Informação, Computação e Comunicação. Formula-se uma proposta de referência para o conceito de informação, concernente à Ciência da Informação original, justificada pela Epistemologia de Popper e pela Teoria do Hilemorfismo de Aristóteles: informação, como objeto da Ciência da Informação original, é o conhecimento externado da mente humana e registrado em suporte físico por símbolos gráficos, nos quais o ’significado’ possa ser decodificado pelo processo de leitura e comunicado aos seres humanos. Sendo assim, a informação que interessa para a Ciência da Informação é aquela informação que é registrada, portanto, materializada em suporte físico. Por meio da materialização é possível a atuação dos atributos da Informação. Esta pesquisa estabelece a referência de informação como o conhecimento registrado.