Tesis
Sobre veganos e outros bichos : as estratégias de comunicação pública do ativismo animal
Fecha
2019-09-20Registro en:
NEGRINI, Vanessa. Sobre veganos e outros bichos: as estratégias de comunicação pública do ativismo animal. 2019. 200 f., il. Tese (Doutorado em Comunicação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Negrini, Vanessa
Institución
Resumen
Esta é a primeira tese de doutorado do Brasil no campo da Comunicação abordando direitos animais e veganismo. Investigamos as estratégias de comunicação pública do ativismo animal que contribuem para a difusão do veganismo e dos direitos animais no Brasil, a partir da observação da comunicação pública empreendida pela SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais) e portal Vista-se. Apontamos os limites e possibilidades dessas estratégias em três dimensões: seu impacto na agenda pública, na agenda midiática e na agenda política. Lançamos as bases para a fundamentação de uma abordagem metodológica vegana. Propusemos um giro epistemológico ao considerar que os direitos humanos são derivados dos direitos animais e não o contrário como normalmente tem sido sustentado até aqui. A coleta de dados foi feita por meio de observação participante, análise de conteúdo e análise documental. Na interpretação dos dados nos valemos das técnicas de análise textual e codificação. Veganismo e comunicação pública foram os conceitos de observação que orientaram a coleta dos dados. O Direito (Animal) Achado na Rua e o modelo de formação de políticas públicas foram os conceitos para leitura e interpretação dos resultados. Verificamos que as estratégias de comunicação pública estabelecidas pelo ativismo animal têm o papel de restabelecer referenciais ausentes no debate sobre veganismo e os direitos animais. Esse papel tem sido primordial para influenciar as agendas pública, midiática e política na construção de um mundo livre da exploração animal. Na agenda pública, têm sido mais efetivas as estratégias que privilegiam os processos relacionais, em vez de informacionais. Com a mídia, ganham mais alcance as estratégias de geração de dados primários, que dialogam com interesses mercadológicos. Para influenciar a agenda política, as estratégias mais efetivas são aquelas que conseguem ao mesmo tempo movimentar a agenda pública e midiática. Por fim, identificamos que se abrir para processos de escuta e enxergar a esfera política da comunicação é essencial para o ativismo animal encontrar sua dimensão mais importante: o “outro”.