Tesis
Desafios do envelhecimento ativo face à reestruturação e ao desfinanciamento da Seguridade Social no Brasil
Fecha
2019-08-07Registro en:
ABIGALIL, Albamaria Paulino de Campos. Desafios do envelhecimento ativo face à reestruturação e ao desfinanciamento da Seguridade Social no Brasil. 2019. 261 f., il. Dissertação (Mestrado em Política Social)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Abigalil, Albamaria Paulino de Campos
Institución
Resumen
O presente estudo trata do processo de envelhecimento e do paradigma do envelhecimento
ativo, no contexto da crise estrutural do capital e da reestruturação e (des)financiamento do
Sistema de Seguridade Social brasileiro. Busca desmistificar a prevalência do enfoque
biológico sobre o envelhecimento e, portanto, de uma visão descontextualizada dos conflitos
de classes, decorrentes da relação entre capital e trabalho, para dar vez aos determinantes
econômicos, sociais e políticos desse processo. Com base nesta perspectiva de análise, de
caráter relacional e dialético, foi possível apreender as múltiplas determinações responsáveis
pela forma heterogênea de envelhecer em sociedades de classes e tematizar a validade da
aplicação genérica das normativas internacionais sobre o envelhecimento ativo em
territorialidades nacionais diversificadas. Na realidade brasileira contemporânea o estudo
centrou-se nas implicações do golpe parlamentar-judicial-midiático, de 2016, do acirramento
da agenda neoliberal, do desmonte das políticas de Seguridade Social (saúde, previdência e
assistência), da indevida apropriação do Fundo Público e das contrarreformas, incluindo a
trabalhista em curso, para a viabilidade de um envelhecimento ativo e saudável, inferindo que:
o maior violador de direitos da pessoa idosa é o Estado; e que, na atualidade, não se discute
um Projeto Político Emancipatório para velhos, e jovens, capaz de corresponder, por inteiro,
ao chamado bônus demográfico, que se iniciou no Brasil em 2017 e abre uma janela de
oportunidades para a população em idade ativa contribuir de forma mais intensa com o
crescimento do país. Verificou-se ainda o acirramento da agenda neoliberal e
neoconservadora em andamento, refletidas, entre outras medidas, na transferência da
Previdência Social e do INSS para o Ministério da Economia, na extinção do Ministério do
Trabalho, e a não revogação da Emenda Constitucional nº 95 de 2016, reafirmando-se, desse
modo, a prioridade do compromisso do Fundo Publico com o capital portador de juros. Por
fim, aponta a tendência das contrarreformas que compromete e inviabiliza o usufruto do
envelhecimento ativo pelas presentes e futura gerações da classe trabalhadora porque a
burguesia sempre teve seu bem-estar assegurado. Em vista dessa tendência, faz-se coro com
representantes de organizações não governamentais, dos idosos de toda a América Latina e
Caribe, incluindo os brasileiros presentes à Reunião Regional da Sociedade Civil sobre
Envelhecimento, Madrid+15-Direitos Humanos dos Idosos, - realizada em Ypacarai,
Paraguai, em 2017, em seu pleito por inversão de pautas governamentais, nas quais os direitos
humanos tenham precedência sobre a economia.